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Comportamento
30/05/2009 - 16h08
Mães e filhas: rivalidade ou amizade?
 
 
A psicanalista Dorli Kamkhagi fala deste delicado laço afetivo usando como base a relação com sua própria filha

As relações entre mães e filhas são muitas vezes permeadas por dificuldades em relação ao papel da mãe e ao lugar da filha. Na prática e no dia-a-dia, as disputas relativas a mudanças de lugares trazem muitos problemas. Um exemplo é a filha que cresce e que não aceita mais ser tratada como uma eterna menina, pois ela também precisa passar por experiências, situações que os pais (no caso mãe) por cuidados ou excessos não suportam a idéia da perda de autoridade. O diálogo começa a ficar quase impossível, muitas vezes as únicas conversas são sempre frutos de mentiras que passam a ser o passaporte da saída e, então, a relação começa a sofrer um distanciamento e cada uma passa a ser guardiã de suas verdades. Triste momento no qual a possibilidade de uma proximidade é tão difícil que até o contato físico passa a ser inexistente.

Onde ficou aquela linda menininha de cachos dourados que esta mãe aninhava nos braços até outro dia? Lugar difícil ser mãe na contemporaneidade, lugar complicado ser um jovem que precisa de limites para aprender quais são as suas possibilidades.

"O distanciamento faz-se numa forma tão devagar que, às vezes, nem percebemos que a nossa filha já nem nos olha mais nos olhos. Limites para as filhas, limites para as mães, cada qual seguindo um caminho, porém sabendo que pode haver um encontro desde que possamos tolerar e aprender os nossos lugares, os nossos limites", explica Dorli Kamkhagi, psicanalista mestre em gerontologia e doutora em psicologia clínica.

Segundo a psicoterapeuta, a mãe também tem que aprender e compreender o seu lugar. Lugar de amor, lugar de transmitir legados, lugar de transmissão da sexualidade do feminino do ser mulher. Um dia acordo e percebo que ela também é uma mulher.

Mãe e filha: amizade e trocas de experiências no âmbito profissional

Venho exercendo a profissão de psicanalista há quase 30 anos e dentro deste universo tive a possibilidade de ter uma filha que hoje também atua como profissional de saúde. O que se passa nestas nossas diferentes e ricas formas de atuação?

Sempre pensei que a experiência fosse algo muito importante e que merecesse ser computado, e realmente é. Porém, um olhar mais atento e porque não um ouvir mais afinado em meu dia-a-dia profissional ajudaram-me a descobrir a força da criatividade, da transformação, enfim, do novo que venho aprendendo com minha filha Deborah que, por sinal, e mais que tudo por justa escolha, hoje cuida de mim.

Acho muito importante e rico ser cuidada por esta profissional que eu posso reconhecer, apoiar e até criticar e exigir, sempre um pouco mais. Afinal, o meu ’ser mãe’ não desaparece, ele pode até estar contido, junto ao meu olhar de orgulho e reconhecimento quando a porta do consultório se abre e a Drª Deborah começa a nossa sessão de RPG. São tantas coisas que vim aprender sobre mim, neste outro encontro com minha filha profissional e sobretudo competente. Naquele espaço eu me entrego às suas mãos e orientações e quase que num sussurro do pensar e às vezes com lágrimas nos olhos agradeço por este encontro-trabalho ser tão mágico e terapêutico.

Então a hora termina e vou com um sorriso de alegria, mas sobretudo entendendo que foi e é possível estarmos juntas nesta relação de trabalho, em algumas palestras e sobretudo nas discussões de casos nos quais a minha forma de pensar se junta com este novo movimento que se reequilibra e transforma o tempo todo.

Penso ser este o espaço do trabalho no qual o vínculo mãe e filha também é um lugar de respeito, crescimento e, sobretudo, possibilidade de revermos lugares. Só assim podemos nos desenvolver.

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