23/06/2025  16h31
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Comportamento
07/04/2004 - 09h41
Relacionamentos virtuais: uma forma de dependência
Prof. Rafael Angelo Abud
 

Dentre as facilidades oferecidas pela Internet, sem dúvida, uma delas é a de relacionamentos virtuais através das salas de bate-papo. A prática está tão disseminada na sociedade, que é muito difícil hoje em dia encontrar alguém que ainda não tenha tido uma experiência, nem que tenha sido apenas para satisfazer à curiosidade.

De repente, em determinado momento, você sente a necessidade de falar com alguém. É só ligar o computador, conectar-se à Internet e pronto. Em poucos minutos você começa a falar com pessoas e mais pessoas em uma ou mais salas de bate-papo.

Identificando-se através de um "nick", ou seja, um apelido que você escolhe para ser chamado naquela conexão, começa o envio e o recebimento de mensagens e, é claro, os envolvimentos. Se você tecla com uma pessoa interessante, por exemplo, e marca de conversar novamente no dia seguinte, num determinado horário, já começa a subir a adrenalina num processo de ansiedade pela vontade que chegue logo aquele momento.

As pessoas que não são interessantes são sumariamente deletadas, ou simplesmente ignoradas, sem qualquer constrangimento, de nenhuma das partes - o que na vida real já não seria assim tão fácil. As conversas são cativantes. Sobre família, negócios, estudos, sonhos, fantasias, sexo, flores, perfumes, vinhos, livros, filmes, passeios, viagens, relacionamentos, profissões, experiências pessoais. Vale tudo. De repente, uma conversa que começou no início da noite foi ficando tão interessante que atravessou a noite toda sem que as pessoas envolvidas notassem.

O que existe por trás desse mundo novo que preocupa tanto, e quais os cuidados que as pessoas devem tomar? Que efeitos e que conseqüências essa prática de navegar, bater papo e estabelecer relacionamentos no mundo virtual causa na mente humana, e como prevenir isso? A facilidade de acesso, por exemplo, é um fator preponderante para que a freqüência desse tipo de contato vá se intensificando, podendo gerar uma dependência, no mesmo nível do álcool, do fumo, das drogas e dos jogos.

Com o agravante de que, inconscientemente, ocorre um processo de transferência de realidades - a mente começa a produzir mais estímulos e respostas no mundo virtual, de forma potencializada, gerando mais satisfação e prazer do que no mundo real. Como conseqüência, num processo gradativo e rápido, as pessoas vão se tornando cada vez mais apegadas. Num primeiro momento, a essa prática, depois, começam a sentir a falta de forma ansiosa e posteriormente, compulsiva, como um vício.

De repente, a dependência já está instalada sem que as pessoas envolvidas dêem conta disso, gerando dissabores como dispersão de raciocínio (a pessoa fica meio aérea); ausência de seletividade (todas as pessoas que teclam de forma agradável, são aceitas independentemente de quem sejam); incapacidade de realização de tarefas importantes devido ao tempo dedicado aos bate-papos; irregularidade nos horários de sono, de tomada de refeições, de idas ao banheiro, e principalmente, de relacionamento real com as pessoas do mundo real na família, no trabalho, na escola.
 
Como conseqüências dessas alterações, ocorrem mudanças físicas, emocionais e comportamentais como propensão à irritabilidade nervosa, insônia, dores na coluna, nos pulsos e nas pernas, perda de apetite sexual, impotência sexual, sonolência constante, obesidade, vista cansada e irritada, aumento inconsciente da agressividade, e o que é pior, uma tendência crescente ao isolamento e outros distúrbios.

Para se prevenir e evitar essas conseqüências, é importante tomar alguns cuidados, como, por exemplo, nunca ficar mais de uma hora direto no micro. Procure levantar, alongar braços e pernas, relaxar, respirar fundo, movimentar as mãos, os dedos em sentido horário e depois anti-horário. Fazer outra atividade fora do computador também ajuda. Tente fazer um mapa de controle de horas para uma auto-avaliação sobre o tempo dedicado ao relacionamento virtual em comparação com o real. É recomendável que o real seja sempre maior que o virtual. Certifique-se que realmente tem o controle e não que está sob domínio do mundo virtual, não incidindo na rotina de ligar o micro como atividade prioritária. Não abra mão do senso de julgamento e seletividade, por mais sedutoras e criativas que sejam as palavras utilizadas pela outra pessoa e não se empolgue para não se decepcionar.

Fazer terapia nesses casos ajuda e muito, pois a pessoa que está com o problema custa a admitir esse seu estado. Além do que, na terapia, as pessoas têm a oportunidade de identificar todos os fatores que as impedem de ter uma vida plena, equilibrada e feliz, sendo que muitos deles são hereditários, outros adquiridos na idade infantil, outros influenciados pelo meio e pelas outras pessoas, gerados na própria imaginação como os medos, bloqueios etc.

Nota do Editor: Prof. Rafael Angelo Abud é diretor da Sociedade de Psicanálise Transcendental e psicanalista, especializado em relacionamentos pela Internet.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "COMPORTAMENTO"Índice das publicações sobre "COMPORTAMENTO"
01/06/2022 - 06h26 Meu filho não tem amigos, o que fazer?
25/02/2021 - 06h16 Namoro online: atenção aos sinais de alerta
13/02/2021 - 07h17 Namorado gringo?
11/02/2021 - 06h14 Dez dicas de etiqueta nas redes sociais
03/02/2021 - 06h08 Por que insistir em um relacionamento desgastado?
28/01/2021 - 06h19 Mulheres independentes assustam os homens
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.