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Comportamento
18/02/2009 - 16h03
Infidelidade em relações estáveis
 
 

Com base em sua experiência de consultório, psicóloga Laila Pincelli estima que a própria família e a sociedade criam mitos e neles se baseiam para julgar as relações extraconjugais. Entre eles estão a eventual culpa do traído, ’idade do lobo’, tempo da relação ou eventuais atributos físicos do amante.

Não é de hoje que a infidelidade permeia o universo de casais com relações estáveis. Os novos tempos não só tornaram esta questão mais explícita como também mudaram a frequência com que homens e mulheres traem uns aos outros: nos grandes centros e com a maior independência da mulher, a traição é praticamente equiparada entre os sexos.

A psicóloga Laila Pincelli, com base em sua experiência de consultório, tem constatado que a infidelidade é cercada de mitos. Um deles é a ’culpa do traído’. Geralmente, ele se considera culpado por ter falhado na relação ou por ter estado ausente ou pouco dedicado. Para Laila, esta é uma crença aceita pela pessoa que traiu e por quem foi traído e até pela sociedade em geral. "O fato é que ninguém leva ninguém a fazer nada. A relação é feita pelos dois lados e não se pode pôr a culpa em uma das partes".

Outro mito, de acordo com Laila, é sobre as fases de uma relação em que a infidelidade pode ocorrer, seja na crise dos sete anos ou na chamada ’idade do lobo’. Na avaliação da psicóloga, "não é necessariamente o tempo ou a duração da relação que leva a uma traição, mas sim a qualidade do relacionamento do casal". Ela não descarta eventuais momentos críticos em que ocorrem mudanças como a vinda dos filhos, melhora ou piora da situação profissional ou financeira e redução do tempo disponível para a relação. "Sugiro que o casal esteja aberto para repensar o relacionamento e que tenha paciência em reavivá-lo para evitar o desgaste natural. Quando isso não ocorre, um dos cônjuges deixa de investir na relação e encontra uma saída mais ’fácil’, a traição", exemplifica.

A relação extraconjugal na chamada ’idade do lobo’, perto dos 50 anos, não é incomum. Nessa idade, o homem começa a se questionar sobre sua masculinidade e busca um ’caso’ como forma de se autoafirmar: "Essa é uma época de transformação para os dois. Eles sentem que estão envelhecendo e têm dificuldade de aceitar as mudanças naturais no corpo, mente e emoções", observa. A psicóloga recomenda que, para escapar de possíveis traições e até separações, o casal aproveite este período em que, geralmente, a situação financeira está mais estável e os filhos estão criados: "Se os dois mantiverem diálogo e cumplicidade, podem procurar alternativas para se reaproximarem, como fazer uma grande viagem juntos", sugere.

Será que o amante é mais sexy do que o cônjuge traído? Não necessariamente. Mais uma vez, a experiência de Laila Pincelli mostra que este é outro mito. Na relação extraconjugal, o ’traidor’ busca preencher uma lacuna em sua relação conjugal que pode não abranger beleza ou bondade, mas sim, um sentimento. "Ele ou ela procura o que falta na relação e deseja compartilhar com alguém coisas que não encontra em casa. Da conversa inicial, a nova amizade pode terminar em sexo", explica. "As motivações da infidelidade são internas e independem até da terceira pessoa. Muitas vezes, o homem quer provar que pode conquistar uma mulher mais jovem como forma de perseguir a própria juventude", conta.

A psicóloga nega até o mito de que o infiel não ama seu parceiro. "Muitas vezes, a relação é cercada de rancor e inveja e não descarta o amor. De uma forma sinuosa, um dos cônjuges foge do ciúme e da insegurança indo atrás de uma relação extraconjugal", afirma. Em sua estimativa, isso geralmente ocorre porque falta ao casal intimidade e cumplicidade para dialogar e refletir sobre o relacionamento.

Outro dos diversos mitos que cercam a relação extraconjugal num relacionamento estável é que a traição leva, obrigatoriamente, à separação. Muitas vezes, segundo a psicóloga, o ’caso’ pode servir de base para uma reflexão do casal sobre as falhas e lacunas de sua relação. "Ao conversar, ambos podem identificar o que estava faltando e passar a investir mais na relação", propõe.

Se, mesmo com diálogo, a tentativa de reaproximação falhar, Laila sugere a terapia como alternativa para evitar a separação: "Há muitos psicólogos especialistas em terapia de casal, embora em alguns casos seja recomendado o tratamento individual. Tudo depende da indicação do profissional. O objetivo é solucionar as dificuldades da relação caso tenha ou não ocorrido infidelidade. A ideia é analisar se vale a pena o casal manter-se junto ou se a separação é mesmo inevitável", conclui.

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