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Comportamento
24/10/2008 - 16h08
Bullying: a história de um frágil valentão
Maria Irene Maluf
 

O bullying ou violência escolar, é um termo criado na década de 80 na Noruega, originado da palavra inglesa bully, ou seja, valentão. Na forma de verbo, indica a ação de ameaçar, intimidar. E é isso mesmo que ocorre: uma série intencional e repetida de atitudes agressivas de um ou mais estudantes, sem qualquer motivo plausível, contra um grupo ou um colega sobre o qual exercem algum poder de intimidação.

Atitudes como ofender, ignorar, excluir, ferir, humilhar, sempre foram encontradas nas escolas, não importando se de ensino público ou particular, se de ensino fundamental ou médio. Aliás, para espanto de educadores, o fenômeno tem-se estendido cada vez mais para as séries iniciais e acaba muitas vezes por sair da escola e invadir a vida pessoal, através de mensagens pela Internet e celulares.

O que distingue o bullying das brincadeiras próprias do desenvolvimento infantil e juvenil é o fato de que neste último caso, mesmo os comportamentos indesejados não são constantes e são esquecidos em pouco tempo, pois não afetam de forma profunda a auto-estima das crianças e jovens.

A violência escolar leva a vítima a se isolar, sentir-se insegura e discriminada. Em geral, é escolhida por seus agressores justamente por aparentar certa fragilidade, ansiedade, dificuldade de relacionamento com o grupo e termina por ter ainda maiores problemas com sua auto-estima, podendo vir a desenvolver depressão e apresentar baixo rendimento escolar.

Mas essa não é a única vítima do bullying. O agressor normalmente, também é alguém com problemas de insegurança, de relacionamento social, que aprendeu com adultos essa forma de resolver suas questões, já que é freqüentemente vítima de rejeição, de humilhações, de pouco cuidado por parte de famílias desestruturadas, em que a agressão é o modelo usado para impor o poder. Torna-se um valentão na aparência, mas é uma criança ou um jovem, que precisa de assistência para conseguir se expressar e se relacionar de forma socialmente adequada.

Existem ainda os expectadores dessa situação, que se calam por medo de se transformarem na próxima vítima e que por isso, tornam-se por vezes também agressores.

Aos pais e à escola, cabe a tarefa de observarem com cuidado as crianças que apresentem crescente receio de ir ao colégio, negando-se ou pedindo para serem sempre acompanhados e que demonstrem baixa auto-estima, problemas de aprendizagem, perda freqüente de material escolar ou objetos pessoais ou ainda que dêem explicações pouco razoáveis para esses fatos, assim como para o aparecimento de ferimentos corporais e danos ao uniforme .

Entretanto, se a família perceber ou for informada que seu filho é um agressor, não o vai ajudar se tratar dessa questão com desdém, dar seu consentimento ou cobertura a tais comportamentos. Também vai piorar as coisas, agindo de forma violenta. Assim como suas vítimas, os agressores precisam do apoio da escola, da sua família e das orientações de profissionais especializados. Sem ajuda adequada, muitas dessas crianças poderão vir a ser delinqüentes na juventude e adultos desajustados no futuro.


Nota do Editor: Maria Irene de Matos Maluf é pedagoga especialista em Psicopedagogia, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. E-mail: irenemaluf@uol.com.br.

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