Na olimpíada que se encerrou, a China venceu a disputa, nas medalhas de ouro, com os EUA devido principalmente ao domínio dos ginastas chineses. Conseguiram 15 medalhas de ouro que fizeram a diferença no placar de 49 contra 34 dos americanos em esportes pouco conhecidos dos brasileiros: tiro (5), badminton (3), cama elástica (2), tiro com arco (1), remo (1), canoagem (1), esgrima (1) e luta olímpica (1). Os anfitriões investiram acima de US$ 42 bilhões, mais que o dobro dos US$ 16 bilhões investidos nos Jogos de Atenas. - Esporte individual: alguns países alcançaram o lugar mais alto do pódio por causa de modalidades baseadas no talento individual. Para nações que não são potências olímpicas, essa é a salvação. Exemplos disso: Estônia e Noruega, com lançamento de disco; Eslovênia com lançamento de martelo e Portugal com atletismo e triatlo. - Diversidade x competitividade: nessa olimpíada, a delegação brasileira atingiu alguns recordes no número de atletas que participaram da equipe (277), de mulheres (133) e de modalidades em que participaram (32), o que sem dúvida é uma evolução. Mas, verificando a quantidade de participantes por modalidade e o potencial de conquista de medalhas, reduz-se em muito aquelas em que somos realmente competitivos. - Quanto custa uma medalha de ouro? Sessenta milhões de reais, segundo estudo da Universidade do Sul da Austrália. Será que no Brasil custaria tudo isso? O Comitê Olímpico Brasileiro e as confederações receberam aproximadamente setecentos milhões de reais em 4 anos de preparação que divididos pelas medalhas conquistadas (de ouro, prata e bronze - exceto as do futebol), custaram 53 milhões de reais. Se analisarmos os números de Portugal, sob esse mesmo critério, chegaremos a 18 milhões de reais por medalha obtida. - Quanto custa um atleta olímpico? Se admitirmos que a verba olímpica atinja os oitocentos milhões e que metade desse valor seja destinado ao custeio dos atletas, poderemos patrocinar o preparo de 400 esportistas de forma adequada, investindo um milhão de reais em cada um deles. Por exemplo, analisemos o caso da nossa judoca Ketleyn Quadros, que conquistou a medalha de bronze nessa olimpíada. A partir do momento em que conseguiu a vaga para representar o Brasil na Olimpíada de Pequim, no início de 2008, passou a receber mensalmente R$ 3,5 mil da Confederação Brasileira de Judô. Se o Brasil investisse um milhão de reais para preparar cada atleta com chances de concorrer à olimpíada, poderíamos aumentar esse valor mensal para R$ 21 mil: multiplicando por 4 anos (48 meses) de treinamento teremos gasto R$ 1 milhão para o atleta disputar, com mais chances, uma medalha de ouro na Olimpíada de Londres de 2012. Nota do Editor: Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças. Autor do livro "Como sair do vermelho e tornar-se um investidor de sucesso" (www.edufinanceira.com.br).
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