"Deixa a vida me levar, vida leva eu", canta o Zeca Pagodinho em um de seus maiores sucessos. Entretanto, é sabido, seja no mundo corporativo e mesmo na esfera pessoal, que deixar as coisas correrem como rios pode significar estagnação e frustrações por perder oportunidades de crescimento. Mas como explica a publicitária Suyen Miranda, consultora de qualidade de vida, há ainda muita gente que opta por deixar "fazer valer o destino". "Depois as pessoas que optam por viver sem planejar se queixam da falta de oportunidades, da vida sempre igual e de que não tem sorte; mas como podem se queixar sendo que abdicaram do livre arbítrio, que reside justamente em agir de forma ativa?", questiona a consultora. Para agir de forma ativa, Suyen aponta como fundamental pensar em si com olhos estratégicos, tanto para aspectos profissionais como afetivos e familiares. "As empresas fazem isso porque querem atingir padrões de excelência, de resultados. Por quê não fazermos o mesmo para nossa vida e nossos sonhos?", indaga. Visando facilitar o processo de planejamento, Suyen aponta alguns aspectos relevantes: · A primeira coisa para planejar estrategicamente o que se deseja parte da premissa: "O que quero que aconteça dentro de um determinado período?" · A segunda é a premissa "O que não quero que aconteça?" Quando temos clareza do que não desejamos facilitamos a compreensão e encaminhamento de nossos mais autênticos desejos. · A terceira premissa é determinar a linha de tempo/espaço. Como fazer o que quero dentro do tempo desejado? Pois fazer sem pensar em tempo não é determinar nada, um dia sabe Deus quando poderá acontecer, ou não... Suyen reforça que é preciso listar concretamente as ações a conduzir para que tudo aconteça dentro do esperado. "Preferencialmente, tudo isso escrito bonitinho, num papel que fica bem à vista, para evitar esquecer algum tópico. Deixar na cabeça é como gastar a memória tão importante com bobagem, ocupa espaço à toa; melhor deixar a cabeça pronta para a inovação que dará um atalho na resolução dos problemas", explica a consultora. E quanto a contingências, o inesperado que acontece na vida de todos? Suyen afirma que o imponderável pode ser minimizado a partir das três premissas destacadas anteriormente. Outro aspecto destacado por Suyen é que qualquer que seja o plano, deve ser conhecido de seu meio - empresa, família, amigos - para que efetivamente aconteça. "Nada é feito sem a participação dos outros, mesmo que seja um regime no qual você só precise fechar a boca - os outros precisam saber que você está cortando calorias, comendo menos - porque o externo influi muito em nós, pelo menos neste momento quando vivemos", exemplifica. Há situações onde as pessoas são a fonte das interferências que afetam o desenvolvimento do plano estratégico. Neste caso, Suyen é taxativa: "se a pessoa consegue ter a clareza da interferência dos terceiros, pode lidar melhor com isso e criar alternativas que possibilitem manter a disciplina, autocontrole e firmeza em suas próprias metas". A consultora finaliza afirmando que sem planejamento e implementação nunca um sonho tornar-se-á realidade. "Fazer sem planejar é como remar sem direção, ou com força só para um lado - e anda-se constantemente em círculos", declara.
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