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SEÇÃO
Comportamento
13/09/2004 - 13h52
Pais sem tempo, crianças estressadas
Tatiane Cardoso
 
Falta de atenção e de limites estão entre as principais causas de estresse na infância.

Hipertensão em crianças? Se há algum tempo tal situação seria inconcebível - a não ser em casos de doenças cardiovasculares congênitas - hoje em dia é a mais pura e assustadora realidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, foi inaugurado no Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) o Ambulatório de Hipertensão Arterial Infantil, para crianças de até 12 anos. Mas o que pode estar mudando tão drasticamente a vida delas? A resposta sem dúvida passa por um outro mal da sociedade moderna: o estresse. Em boa parte dos casos é ele a raiz do problema.

Segundo o clínico geral Alex Botsaris, o aumento do estresse infantil decorre de três fatores fundamentais: pais muito estressados que acabam "contaminando" seus filhos por estarem mais agressivos, intolerantes e impacientes; a sensação de aprisionamento sentida pelos pequenos junto à percepção de perigo diante da violência urbana; e a instabilidade no relacionamento dos pais, que se separam cada vez mais quando os filhos ainda estão pequenos. "Uma separação, especialmente se ocorre num ambiente de conflito, pode ser extremamente estressante para os filhos", comenta Botsaris, que é autor do livro Complexo de Atlas (ed. Objetiva), em que analisa o estresse em suas várias formas.

A este cenário somam-se à agenda lotada de atividades e o alto nível de exigência a que crianças de todas as idades são submetidas em casa e na escola. Balé, karatê, natação, cursos de idioma e a disputa por uma vaga no melhor colégio da cidade são alguns exemplos dos ingredientes que compõem o coquetel de potencial explosivo e que repercute no emocional, gerando instabilidade, irritação, agressividade, obesidade e hipertensão. "Muitos pais, devido à falta de tempo, acabam sobrecarregando seus filhos com inúmeras atividades. Eles acreditam que estão suprindo a ausência e ajudando a formar adultos saudáveis. O que não sabem é que atitudes como essas ajudam a formar crianças com personalidade mais agressiva, sem paciência e até obesas: os estressados precoces", avalia Botsaris.

Para a psicóloga da Creche e Escola Acalanto, Simone Maciel, a competitividade entre as crianças é saudável enquanto há o encorajamento para que a atividade em questão seja concluída. Elas precisam entender que o importante é superar suas dificuldades e medos. "Uma competição saudável gera em torno do incentivo. Incentivar seu filho a participar é mais saudável do que dizer a ele que deve ganhar ou que precisa tirar a melhor nota", salienta Simone.

O médico Alex Botsaris destaca que, de forma geral, é bom para as crianças terem muitas atividades, pois nesta fase a capacidade de aprendizado é superior a de um adulto. Mas, se esta atividade ocorre num ambiente hostil ou se há muita expectativa dos pais ou professores quanto ao seu desempenho, pode gerar um clima excessivamente competitivo e estressante.

Um bom começo para manter seu filho fora das artimanhas geradas pelo excesso de responsabilidades e pela vida urbana é manter-se acessível a ele, saber escutá-lo, respeitar suas dúvidas e percepções. Acompanhar o crescimento, explicar a necessidade de se ter uma alimentação saudável e evitar o excesso de liberdade são fatores primários na educação das crianças. Os pais devem deixar claro para elas que existem limites e eles devem ser cumpridos.

A fitoterapia auxilia no caso de filhos superagitados e que se sentem oprimidos pela cobrança diária. Calmantes à base de plantas medicinais e chás, como o de camomila, trazem resultados superiores aos das drogas convencionais e deixam as "ferinhas" mais tranqüilas. "Entretanto, deve ficar claro que mesmo sendo remédios fitoterápicos, eles possuem um papel secundário e pontual no manejo do estresse. Servem para auxiliar em momentos críticos, mas não é a primeira opção terapêutica", enfatiza Botsaris.

É preciso lembrar que quando se fala em estresse, não existem verdades absolutas. Cada indivíduo tem sua sensibilidade e uma maneira de reagir frente aos estímulos estressantes. Por isso as soluções devem ser individualizadas, de acordo com a necessidade e a característica de cada criança. "Para uma criança, a atividade artística, que permita exteriorizar suas angústias, pode ser o fator crítico para sua melhora. Para outra, o diferencial pode ser mais espaço para brincar. Encontrar a solução depende da sensibilidade dos pais e dos médicos envolvidos no processo", conclui Alex Botsaris.

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