Às vésperas da semana santa, o assunto mais comentado neste momento é o drama da "Paixão de Cristo", filme de Mel Gibson, que arrecadou mais de US$ 200 milhões nas primeiras duas semanas de exibição nos Estados Unidos e Canadá, e está em cartaz no Brasil desde o dia 19 de março. O filme tem suscitado interesse e debates apaixonados, com ou sem razão, ganhando destaque junto à opinião pública e à grande imprensa. Questão em pauta: há presença ou não do anti-semitismo no filme? Este tema sempre gerou polêmica e também está sendo abordado em livros, como "Holocausto: Uma História" e "Das Fogueiras da Inquisição às Terras do Brasil", que estarão presentes na Bienal do Livro, que acontece de 15 a 25 de abril, no Centro de Exposições Imigrantes. O título "Holocausto: Uma História", de Debórah Dwork e Robert Jan van Pelt, com tradução de Marcos Santarrita, está sendo lançado agora. Ele mostra como o anti-semitismo racial cresceu ao longo da história da humanidade. A obra segue cronologicamente enquanto o Nazismo remove sistematicamente os judeus de todos os aspectos da sociedade seguindo para o estágio final, por Hitler: o genocídio. Os autores dão em ricos detalhes todos os aspectos do holocausto, incluindo movimentos de resistência e as ações que salvaram milhares de vidas. O livro explora também o tratamento dado aos não judeus e as conseqüências desses atos para o fortalecimento do nazismo, principalmente na Alemanha. Já a obra "Das Fogueiras da Inquisição às Terras do Brasil" mostra o desabrochar de uma árvore genealógica ao longo de 500 anos. Contada de forma envolvente pelo autor Joseph Eskenazi Pernidji, a narrativa nos faz voltar no tempo para mostrar a trajetória dos sobreviventes da inquisição portuguesa e outras perseguições aos judeus. Tomando por base histórias contadas por seus avós, mas sem se perder no tempo, graças a uma ampla bibliografia sobre o período, o autor revela o dia-a-dia de pessoas comuns que viriam a se tornar heróis. A dureza dos fatos está presente de forma clara, sem espaço para parcialidade. Editoras religiosas - Os livros com fotos e prefácio de Mel Gilbson, vendidos a US$ 25, são alvo das editoras religiosas, inclusive no Brasil, já que o setor está se fortalecendo e se consolidando no mercado. Em 2002, o segmento religioso do país faturou cerca de R$ 180 milhões, ou 8,5% dos R$ 2,1 bilhões faturados pelo mercado editorial brasileiro. Para Donald Price, presidente da ABEC - Associação Brasileira das Editoras Cristãs, "a profissionalização crescente das próprias editoras tem contribuído para o crescimento do setor". Na Bienal, as editoras religiosas que estarão presentes são: Ave-Maria, Luz e Vida, Espírita Fonte Viva, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Fundação Espírita André Luiz / Mundo Maior, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Santuário, Adeler, Centro Espírita Leon Denis, Loyola, Peirópolis, Michalany, Vozes, Ide Editora, Lúmen Editorial, Editora Atos, Paulinas Editora, Vida, Trinitariana e Summit Lighthouse. O desempenho positivo deste segmento pode ser notado através de dados fornecidos pela editora Vida, que em 2003 obteve crescimento de 27,2%, apesar do ano difícil para o mercado editorial, conforme explica Eude Martins, diretor executivo da editora. Uma série de fatores contribuíram para essa evolução: seleção rigorosa de títulos, qualidade das equipes de trabalho e preços 11% menores que a média do mercado.
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