| Washington Alves / COB |  | | | Brasil vence a Itália e fica com a medalha de ouro em Atenas. |
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Estava no discurso dos jogadores. A união foi a marca da Seleção Brasileira masculina de vôlei durante a campanha de ouro nos Jogos de Atenas. Logo após a vitória sobre a Itália, por 3 sets a 1, o bicampeão olímpico Giovane foi um dos que falaram sobre o diferencial da equipe. "Foram anos de muita dedicação voltada apenas para um objetivo. Esse time veio aqui para ganhar. A nossa união pesou muito", disse. Giba, eleito o melhor jogador do torneio, lembrou do início do trabalho do grupo, há quatro anos, e da importância que foi desenvolver uma relação de confiança entre jogadores e comissão técnica. "O Bernardinho fez um trabalho muito longo no feminino e, quando veio para o masculino, a gente passou para ele uma confiança muito grande no trabalho dele e da comissão técnica. Colocamos um objetivo a ser atingido lá na frente e ficamos unidos o tempo todo por isso", disse Giba, fazendo uma espécie de apelo ao treinador brasileiro. "O Bernardinho tem um jeito de dar bronca, mas a gente sabe que ele quer o melhor da gente. Sabemos que vai ser duro continuar a acordar 7h da manhã para treinar, mas peço que ele fique na Seleção e continue o trabalho para trazer mais uma medalha como essa". Bernardinho, por outro lado, não confirma que continuará no cargo. "Continuo na Seleção, mas é um pouco difícil falar sobre isso agora. A campanha foi fantástica, mas vamos ter que conversar sobre um projeto de contribuição, assim como a que demos para o crescimento do vôlei", comentou o técnico, sem descartar totalmente uma volta à Seleção feminina. "Isso é a Confederação que pode dizer. Não são as pessoas que contam, mas sim o projeto. Mas não é porque a equipe perdeu que vai mudar tudo". Com os títulos recentes conquistados, como o do Campeonato Mundial (2002), da Liga (2001, 2003 e 2004), da Copa do Mundo (2001 e 2003) e dos Jogos Olímpicos (2004), aumenta ainda mais a responsabilidade sobre os jogadores da Seleção Brasileira. "A gente não vai ficar no topo o tempo todo, temos que curtir esse momento. Espero que essa equipe deixe um legado de trabalho e seriedade. A derrota vai acontecer uma hora ou outra. Temos que entender isso de uma forma racional. Há muita pressão", comentou Bernardinho. Chefe da delegação da equipe brasileira em Atenas e também preparador físico, José Inácio Salles Neto concorda com Bernardinho em relação à dificuldade de permanecer no topo. Porém, frisa que o Brasil tem infra-estrutura e talento para continuar a desenvolver um trabalho de qualidade nas quadras do vôlei. "Nós tentamos nos integrar com os técnicos das categorias de base. O Centro de Vôlei em Saquarema (RJ) tornou isso mais fácil, porque lá ficamos todos pertinho. Nós pegamos esses jogadores praticamente prontos, tem todo um trabalho de base que já é muito bem feito, com uma meninada muito boa. Sinto orgulho em fazer parte dessa ótima estrutura. Sabemos que é difícil continuar nesse nível de excelência, porque ganhar e perder faz parte do jogo. Mas acho que a sorte só favorece quem faz um pouquinho mais que os outros", disse José Inácio.
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