Algumas empresas usam a palavra "sustentabilidade" tão casualmente que a gente fica imaginando que todo mundo sabe o seu significado. Na verdade, na maioria das vezes, esta é uma palavra não compreendida e mal usada. Muitos confundem sustentabilidade como sendo "amigo do meio ambiente". Certamente, zelar pelo meio ambiente é grande parte do significado de sustentável, mas não é tudo. Colocado de maneira simples, sendo sustentável você começa sendo cuidadoso, totalmente atento aos custos das escolhas que você faz. Em nossa empresa, nós definimos sustentabilidade como o custo real ou verdadeiro, aí incluídos os custos econômicos, sociais e ambientais. Então, se você deseja fazer a mais responsável escolha de produto para um escritório, por exemplo, você realmente tem que considerar por inteiro os custos atribuídos ao produto desde o começo até o fim da vida útil do mesmo. E tudo começa com três simples perguntas: Como esta coisa veio a existir? Quanto tempo isto será útil? O que irá acontecer com isto quando não for mais útil? Ao considerar estas três questões, pense sobre elas em termos de três custos. Quando você pergunta: "Como esta coisa veio a existir", o que você está realmente se perguntando é quais foram os custos econômicos, sociais e ambientais para fazer este produto virar realidade. Muitas empresas promovem um produto como "sustentável" só porque é reciclável, mas quando você pensa sobre o contexto das três questões e dos três custos, você começa a ver que reciclagem é apenas uma pequena parte do todo. Sustentabilidade significa fazer escolhas pensadas, tendo o conhecimento para agir de um jeito que não arrisque o futuro de nosso planeta e seus habitantes. O que nos leva a uma pequena e simples definição: sustentabilidade significa viver, trabalhar e fazer negócios de um jeito que garanta um futuro onde a vida seja possível. Significa pensar na herança que estamos deixando para os filhos dos filhos dos nossos filhos. Podemos falar disso com tranqüilidade, pois nossa empresa também não é sustentável. Caminhamos para isso, mas ainda não somos, mesmo utilizando energia solar ou eólica em algumas de nossas fábricas e com projeto de utilizá-las nas 33 unidades industriais em todo o mundo. Mesmo produzindo tecidos feitos com garrafas de plástico, reciclando vasilhames não degradáveis. Mesmo adotando um programa de reciclagem de carpetes de nylon usados, doando-os a instituições beneficentes. Mesmo utilizando adesivos à base de água, portanto não tóxicos. Mesmo lançando um carpete inteiramente produzido com fibras feitas a partir do amido de milho, portanto biodegradável, porém com a mesma durabilidade dos produtos feitos com derivados de petróleo, como o nylon, que necessita no entanto de séculos para se decompor. E mesmo reduzindo a emissão de lixo químico, transformando diariamente cerca de 32 mil toneladas de dejetos em mais de 850 megawatts de energia limpa. Atingir a sustentabilidade é como subir uma montanha mais alta que o Everest. Mas já iniciamos a escalada, pois o que está em jogo é que tipo de planeta estaremos deixando para as futuras gerações. Nota do Editor: Ray C. Anderson é chairman da Interface Flooring Systems, foi co-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Sustentabilidade durante o governo Clinton.
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