Wander Roberto / COB      Equipe de Judô na Vila Olímpica.

Foi-se o tempo em que o judô era um esporte solitário. Pelo menos na equipe brasileira, união é palavra de ordem para vencer em Atenas.

"Somos uma grande família. Nunca vi isso em outras seleções das quais participei", comemora a meio-pesado Edinanci Silva, candidada à medalha nestes Jogos Olímpicos.

Os 12 atletas da seleção chegaram à Grécia na madrugada desta segunda-feira (9/8) e já participaram dos primeiros treinamentos no complexo Dekelia, próximo à Vila Olímpica. E não se desgrudam para nada.

"Somos os acorrentados. Comemos juntos, passeamos juntos, dormimos juntos. Tem de ser assim para não perdermos a concentração", diz Vânia Ishii, companheira de quarto de Edinanci, com quem passa a maior parte de seu tempo. "Estou impressionada com a maturidade desta seleção. Mesmo em meio a tanta festa na Vila, sabemos que a hora de curtir é depois", acrescenta a experiente meio-médio de 30 anos, que serve de exemplo para as calouras da equipe, a ligeiro Daniela Polzin e a meio-leve Fabiane Hukuda.

Carlos Honorato, medalhista de prata no peso médio em Sydney 2000, também destacou a união:

"Essa união só vem crescendo. Começou, acho, no Campeonato Pan-Americano de Salvador, em 2003. E isso nos fortalece e traz a certeza de um bom resultado. Não para mim ou para algum outro judoca especificamente. O que vale é que estamos fazendo tudo certinho para ter um grupo campeão", afirma Honorato, que concorda com Vânia no que diz respeito aos novatos do time, no caso do masculino, Alexandre Lee (ligeiro) e Leandro Guilheiro (leve). "Está todo mundo consciente do que quer e de como agir para conseguir o objetivo. Nem precisamos falar nada", emenda o vice-campeão olímpico.

O judô estréia no dia 14 de agosto, com Daniela Polzin e Alexandre Lee, no Ano Liossia Olympic Hall, às 10h30min (local). A competição vai até o dia 20, com Daniel Hernandes no peso pesado. É disputada uma categoria de peso por dia, das eliminatórias às finais.