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Esportes e Lazer
06/08/2004 - 13h02
Sandra Soldan está pronta para Atenas
Marcelo Eduardo Braga
 
Ela foi a melhor sul-americana em Sydney/2000.
 
Divulgação 
  Sandra Soldan (Pão de Açúcar / Brasil Telecom / Reebok).

Ela adora comer kibe e esfiha, se pudesse almoçaria um bom "sanduba" e, nos poucos intervalos que tem na rotina estafante, pratica pizzabol e cinemabol. Poderíamos estar falando de uma cidadã comum, de cidade grande, sem preocupações estéticas ou com a saúde. Mas, ao contrário disso, trata-se de Sandra Soldan, melhor triatleta sul-americana na Olimpíada de Sydney (2000), que está com apenas 8% de percentual de gordura e esbanjando bom-humor, confiante na conquista de outro bom resultado nos Jogos de Atenas.

O 11º lugar obtido na última Olimpíada, com o tempo de 2h03m19s, foi o principal resultado da carreira desta triatleta carioca, radicada em Niterói. Integrante da Equipe Pão de Açúcar e patrocinada pela Brasil Telecom e pela Reebok, Sandra é uma das principais triatletas do mundo, ocupando o 18º lugar no ranking mundial. Entre as adversárias, é tida como um dos melhores pedais do mundo e costuma ser marcada durante as provas. Como em Atenas a prova será cheia de aclives e declives, a confiança, contida, fica demonstrada no sorriso franco e no brilho dos olhos verdes quando fala de suas expectativas para a segunda Olimpíada da carreira. "Se eu estiver no meu dia e conseguir sair bem da natação...", comenta. Para o técnico e marido, Carlos Eugênio, o Neném, nem mesmo a fama de distraída que a acompanha vai atrapalhar. "Sandra é atleta de grandes provas. Pode acreditar nisso", garante.

Das adversárias, ela fala pouco. "As americanas são excelentes nadadoras, mas tem, também, as inglesas, as canadenses e as brasileiras. Acho que são umas 15 candidatas ao título", arrisca. Para Neném, as chances são boas. "Já estudamos o percurso e a etapa do ciclismo será muito importante. Ganhar em terreno plano é uma coisa. O resultado tem de ser mostrado numa prova difícil como a de Atenas. E eu aposto na Sandra", reafirma.

A CARREIRA

A vida esportiva de Sandra Soldan começou aos seis anos, como nadadora do Flamengo. Durante 15 anos defendeu as cores do rubro-negro do Rio, especializando-se nas provas de 400m medley, 800m livre e 200m peito. "Nadei provas importantes, mas nunca fui recordista nacional", recorda.

Um dia, já sem objetivos na natação, recebeu uma indicação que viria modificar a vida. Na verdade, como se autodefine uma viciada em esporte, Sandra Soldan já se arriscava em outras áreas, correndo e nadando, praticando biathlon, esporte que lhe rendeu um tricampeonato estadual. Mas foi ao conhecer Carlos Eugênio, em 1995, que o triatlo entrou em seu dia-a-dia.

"No meu primeiro dia, fui ao autódromo de Jacarepaguá para um treino e pedalei três quilômetros. À noite, estava exausta", recorda. O cansaço, porém, não a desestimulou. Já cursando faculdade de Medicina, Sandra tratou de economizar "comendo muito kibe e esfiha na faculdade", até comprar a primeira bicicleta. "Custou 400 dólares", lembra orgulhosa. Já naquele ano, estreou nas provas em distâncias olímpicas, chegando em 16º lugar na categoria 20/24 anos no Campeonato Mundial em Cleveland.

A partir dali começava uma carreira de conquistas. Em agosto de 97, venceu o Triathlon do Exército, prova de nível nacional com a presença das principais triatletas do país; em outubro, conquistou o primeiro título sul-americano. Hoje, seu histórico reúne os seguintes títulos: bicampeã brasileira (1998 e 2000); bicampeã sul-americana (1997/98); primeira brasileira a vencer o Triathlon Internacional de Santos (2003) e o Mundial de Fast Triathlon, no qual é bicampeã (2001/04); primeira brasileira a ter um título mundial reconhecido pela ITU (International Triathlon Union) - o do Campeonato Mundial de Aquathlon, em 2002. O coroamento veio em Sydney, com o melhor resultado obtido por um atleta sul-americano na prova de triatlo - entre os homens, o melhor sul-americano foi o brasileiro Leandro Macedo, 14º lugar. "Cada prova tem uma história e um significado. Mas, sem dúvida, a Olimpíada, mesmo sem um título, é a mais marcante, pois completa um sonho", comenta.

O DIA-A-DIA

Participar da prova em Sydney foi o momento mais marcante da vida da triatleta Sandra Soldan. No lado pessoal, o mesmo pode ser dito sobre o casamento com o técnico Carlos Eugênio. "O Neném me pediu para namorar após uma sessão de cinema, um namorado da antiga, bem romântico. Não tinha como recusar", confessa sorrindo. Para ela, a vida de casada traz benefícios para a atleta, que já tinha o apoio dos pais quando decidiu deixar a Medicina de lado para se dedicar ao triatlo. "Sou formada, mas ainda falta fazer a especialização, o que está nos meus planos futuros", garante. "E o apoio da família, nas minhas decisões, sempre foi fundamental para o meu bem-estar. Hoje me sinto bem preparada, inclusive no aspecto psicológico", afirma.

O fato de ser marido não tira de Neném o caráter de treinador. "Não tem moleza e sabemos distinguir muito bem a função de um do papel do outro", diz ele. Com orgulho, fala que Sandra Soldan "evoluiu muito no ciclismo" e que também é uma das melhores na natação. "Na corrida ela está se aprimorando dia após dia e, nesse progresso, acredito que ela possa fazer os 10 km em 36 minutos, o que é um bom tempo", revela. Nestes últimos dias antes da viagem, Sandra fazia treinos de quatro a cinco horas por dia, em Niterói, incluindo musculação, 4 km de natação, 60 a 80 km de ciclismo e 12 a 15 km de corrida, cinco vezes por semana.

Se existe um assunto que incomoda a dupla são as insinuações de que Sandra Soldan é distraída. Ela tenta fugir do assunto, acha graça de determinadas situações, mas prefere deixar as histórias com Neném. "Tem horas que eu não acredito no que vejo", diverte-se o treinador-marido. "Uma vez, em Macaé, a Sandra caiu na água e nadou para o lado contrário. Só percebeu quando deu de cara com o pelotão, de frente para ela, lá no meio do mar. Eu, na areia, não podia fazer nada, só esperar até ela perceber a confusão", conta. "Mas era uma prova de aquathlon, nunca a vi cometer deslizes sérios em provas de alto nível. Reconheço que ela já teve uma série de imprevistos, mas isso pode acontecer com qualquer triatleta", defende.

O que pouca gente sabe é que Sandra Soldan tem um coração que bate devagar. "Aqui, conversando, nosso batimento gira em torno de 60 bpm. O da Sandra fica em 38 bpm. Em repouso, ele parece que vai parar, é incrível". Mas parar não é um verbo usado por Sandra Soldan. Nos planos estão a participação nos Jogos Abertos de Santa Catarina e as provas da Copa do Mundo, ainda este ano. No futuro, o Pan de 2007 e a Olimpíada de 2008, na China. "Ainda tenho muito chão pela frente. E nada melhor do que uma xícara de café antes das provas para me deixar esperta e pronta para brigar pelos meus objetivos", encerra.

Sandra Soldan representará o triatlo brasileiro em Atenas juntamente com Leandro Macedo (Pão de Açúcar), Juraci Moreira (Pão de Açúcar/Brasil Telecom), Paulo Miyasiro (Pão de Açúcar/Unimonte), Carla Moreno (Pão de Açúcar/Nike/Unimonte) e Mariana Ohata (Pão de Açúcar/Brasil Telecom).

BÔNUS

Além da briga por medalha, eles concorrem ao Bônus Pódio Pão de Açúcar, que premiará os atletas que obtiverem um lugar no pódio. A medalha de ouro garantirá o prêmio de R$ 200 mil, enquanto a prata valerá R$ 100 mil e o bronze, R$ 70 mil. Também estão na disputa o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima e o meio-fundista Hudson de Souza (1.500 metros), ambos da Equipe Pão de Açúcar / Clube de Atletismo BM&F. Os oito atletas já ganharam R$ 10 mil pela classificação aos Jogos.

O sucesso dos esportes apoiados pelo Pão de Açúcar reflete a filosofia adotada pelo Grupo, que patrocina todos os atletas da delegação de triatlo do Brasil, mais Vanderlei Cordeiro e Hudson de Souza. João Paulo Diniz, membro do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, que há 15 anos se dedica ao esporte e trouxe o projeto do triatlo olímpico para a empresa, acredita em um bom desempenho desses atletas na Grécia. "Apostamos em uma boa performance como resultado de todo esforço realizado nos últimos anos e, sobretudo, a qualidade técnica resultante desse trabalho, que cresce a cada nova competição, conferindo aos nossos atletas chances de boas apresentações em Atenas".

RAIO-X

Nome - Sandra Soldan
Apelido - Meus pais me chamavam de Doca, mas eu não gostava. O Neném me chama de Sandroca
Peso / Altura - 55 kg / 1,65 m
Nascimento - No Rio de Janeiro, em 27 de dezembro de 1973
Patrocínio - Pão de Açúcar, Brasil Telecom e Reebok
Técnico - Carlos Eugênio, o Neném, há 9 anos
Começou em - como nadadora, aos 6 anos; como triatleta, em 1995
Melhor momento - Foram dois: o casamento e a Olimpíada de Sydney, em 2000
Pior momento - No Fast Triathlon (Santos) de 2002, eu liderava a prova, mas durante o ciclismo derrapei na pista molhada e perdi a prova no último retorno
Sonho - Ter filhos e fazer minha pós-graduação em Medicina. São sonhos bem próximos da realidade, nada alto demais, para não me frustrar depois
Decepção - só com relação ao caráter de algumas pessoas
Se não fosse triatleta - seria médica, especializada em Medicina Esportiva
Outros esportes de que gosta - Pizzabol e cinemabol (diz brincando). Eu curto o atleta, o ídolo. Por isso, acompanho ginástica olímpica, natação sincronizada, atletismo e muitos outros.
Filme - Rio Selvagem. Depois dele, o Neném me pediu em namoro
Livro - Vários, quase todos de auto-ajuda
Comida - Pizza de rúcula com tomate seco
Bebida - Coca light e suco de mamão com laranja
Família - É a minha estrutura, são minhas raízes, minha base
Amigos - são poucos, mas para sempre. O resto é colega, companheiro. Reconheço de primeira
Principais resultados na carreira - Bicampeã brasileira (98/00), bicampeã sul-americana (97/98), duas vezes medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos (98/02), campeã mundial de Aquathlon (Cancun, 2002); campeã do Triathlon Internacional de Santos (2003), bicampeã do Fast Triathlon (Santos, 01/04) e 11º lugar na Olimpíada de Sydney (2000)
Resultado mais marcante - a Olimpíada
Ídolos - tem de ser bom no esporte e no caráter. Tem de ser humilde, de alto astral. Guga e Oscar são grandes exemplos. Também gosto do Lance Armstrong.

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