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SEÇÃO
Comportamento
08/08/2004 - 09h09
Existe bate-papo entre pais e filhos?
Adri Dayan, Dina Azrak e Elisabeth Wajnryt
 

Telefono para meu pai. A secretária eletrônica responde: "Por favor, se você ligou porque precisa de dinheiro, tecle 1. Se perdeu a chave de casa, tecle 2. Se chamou para avisar que não vai fazer o que sua mãe pediu, tecle 3. Se ligou para bater papo, disque novamente. Deve ser engano."

Bater papo é conversar sem compromisso, só por prazer. E, como toda conversa, também esta, com meu filho, tem duas partes distintas: ouvir e falar. Ouvir é escutar com atenção, procurar entender o que ele diz. Isto é muito fácil quando o que diz é exatamente o que quero ouvir. Mas fica difícil quando não é bem assim, quando ouço algo que me desagrada. Neste caso, tenho uma escolha a fazer: continuar a ouvir, mesmo que seja difícil para mim, ou parar de prestar atenção, simplesmente "desligar".

Quando paro de ouvir, me distancio dele, perco (mais) uma oportunidade de conhecê-lo melhor. Afinal, do que ele gosta? E do que não gosta? Sei que é palmeirense - apesar de todos os meus esforços para fazer dele um corintiano roxo como eu. Qual é o tipo de música que prefere? A quem admira? Por quê? Será que já pensa no futuro? Será que conheço meu filho?

Quando pequeno, tudo entre nós era mais simples. Eu não tinha dificuldade para entendê-lo. Ele pedia, exigia minha atenção e me contava do seu dia a dia. Eu podia abraçá-lo, fazer cafuné, pegar no colo. Lembro até hoje de como deitou a cabecinha no meu ombro, ainda soluçando, depois de tomar aquela vacina tão dolorida. E o Dia dos Pais em que apareceu na minha frente segurando nas mãos uma grande folha de papel onde havia escrito... "ailóviu"? Assim mesmo, com todas as letras. Confesso que ri e chorei ao mesmo tempo. Onde está aquele menino? Alguns anos mais tarde, num domingo, levei toda a família a um parque de diversões. Mas só ele, o mais velho, já tinha idade para ir à montanha-russa. Lá fomos nós, dois homens de coragem. Que orgulho ele sentiu!

Quando começamos a nos distanciar? Quando parei de ouvir? Quando ele parou de falar? Será que essa situação tem volta? Ah, claro que tem!

Telefono para meu filho e deixo um recado: "Filho, estou com saudade. Que tal a gente comer uma pizza hoje à noite, só nós dois?"


Nota do Editor: Adri Dayan, Dina Azrak e Elisabeth Wajnryt são psicólogas responsáveis pelo projeto Arte de Educar.

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