A cidade de Kilinski, na Polônia, sedia entre os dias 23 e 25 de julho o Campeonato Mundial de Esgrima em Cadeira de Rodas. Participam mais de 90 atletas, de 16 países. Andréa Amaral de Mello, a única esgrimista que estará disputando a Paraolimpíada, é a representante do Brasil na competição. As provas de Espada, Sabre e Florete serão disputadas por homens e mulheres, nas categorias A e B. Nascida em 1972, na cidade de Barbacena (MG), a atleta já participou de outras Paraolimpíadas - Atlanta e Sydney. Em 2003, a mineira foi campeã parapan-americana em Mar Del Plata, Argentina, na prova da Espada e segundo lugar no Florete. A participação do Brasil neste campeonato faz parte de mais um incentivo do Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPB rumo a Atenas, com o patrocínio da Visa do Brasil e das Loterias da Caixa; o plano de saúde oficial - Unimed e o plano odontológico oficial - Uniodonto.

Esgrima em Cadeira de Rodas - Este esporte requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico Internacional administra a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima - FIE. Durante a Paraolimpíada de Atenas, competirão 88 esgrimistas. Serão dez categorias na disputa pelo ouro: florete e espada, tanto no masculino quanto do feminino das classes A e B. Já o sabre só será disputado pelos homens das classes A e B. As pistas de competição têm 4 m de comprimento por 1,5 m de largura. A diferença para a Esgrima Olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgrimistas se mexa, o combate é interrompido. Os equipamentos obrigatórios da Esgrima em Cadeira de Rodas são: máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos duelos de florete, a arma mais leve, há uma proteção para as rodas da cadeira. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adotada nos duelos de sabre. E com este tipo de arma o esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do sabre. Uma das maiores peculiaridades da Esgrima em Cadeira de Rodas é a forma pela qual são computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta foi tocado ou não. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes - vermelha ou verde - que representam os atletas se acende. Quando ocorre um toque não válido, acende-se uma luz branca. Nos torneios individuais, na primeira rodada, os confrontos duram no máximo quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. Nas etapas seguintes, há três tempos de três minutos cada, com intervalos de um minuto entre eles. Quem ganha é o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto até que um dos atletas atinja o outro, numa espécie de "morte-súbita". Classificação: É definida de acordo com a habilidade motora dos atletas. Classe A: Os esgrimistas têm controle de equilíbrio, mexem o tronco em todas as direções e não têm restrições na mão que empunha a arma. Classe B: A capacidade de equilíbrio é limitada e é necessário um suporte para o competidor. Classe C: Compreende atletas com grande comprometimento dos movimentos de troco e da mão que segura a arma.

O que é a Paraolimpíada: A Paraolimpíada, assim como os Jogos Olímpicos, acontece de quatro em quatro anos. Ela é o segundo maior evento esportivo do mundo. Na edição de 2000, em Sydney, o Brasil conquistou 24ª posição e participou em nove modalidades. Para Atenas, o País irá ser representado por 97 atletas de 13 modalidades. Participam dos Jogos 4 mil atletas de 143 países e estima-se que mais de 3 mil profissionais de mídia cubram a Paraolimpíada.

Brasil: O Brasil estará levando a sua maior delegação paraolímpica da história com 99 atletas de 13 modalidades. Em Sydney, o esporte paraolímpico ficou conhecido pela sociedade brasileira pela sua enorme campanha de performance. Os atletas conquistaram 22 medalhas (6 ouro, 10 prata e 6 bronze). Agora, as expectativas são ainda melhores.

Modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo, esgrima, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (paralisados cerebrais), goalball (esporte criado exclusivamente para cegos e deficientes visuais), halterofilismo, hipismo, judô, natação, tênis em cadeira de rodas e tênis de mesa.

O CPB: O Comitê é o órgão máximo do esporte paraolímpico brasileiro e o representante do nosso país junto ao International Paralympic Committe - IPC. O CPB é responsável pela organização, fomento e participação da delegação brasileira nas Paraolimpíadas, nos Jogos Parapan-americanos e nos Campeonatos Mundiais da Modalidade.

Até o momento, os patrocinadores oficiais do Comitê Paraolímpico Brasileiro - CPB são as Loterias da Caixa e a Visa. O plano odontológico é da Uniodonto e o médico da Unimed.

"Atenas, a meta; o pódio, o objetivo; o ouro, o sonho. Consolidar o desporto paraolímpico brasileiro, o compromisso."