De acordo com Organização Mundial de Saúde, 15% da população de países em desenvolvimento são compostas por pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência. Estima-se que no Brasil 10.000 pessoas fiquem deficientes físicas por mês, vítimas de acidentes de trabalho e da violência urbana - acidentes de trânsito e armas de fogo. Segundo o Censo 2000, realizado pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 27,5 milhões de brasileiros apresentam alguma deficiência física, mental ou dificuldade para enxergar, ouvir ou locomover-se. Trata-se de um universo expressivo de pessoas. Ainda mais se levarmos em consideração que as pessoas com deficiência têm, no mínimo, cinco pessoas próximas, como pais e parentes, o universo de pessoas envolvidas diretamente com essa realidade salta para 137,5 milhões de brasileiros. Certamente, nunca fizemos idéia de que o número de pessoas com algum tipo de deficiência pudesse englobar um universo tão expressivo. Fica a pergunta, então: mas onde estão essas pessoas? A resposta é dada com propriedade pelo professor de educação física e fundador da ADD - Associação Desportiva para Deficientes, Steven Dubner, que há 26 anos desenvolve a prática esportiva para pessoas com deficiência: "Elas estão dentro de suas casas, desmotivadas e sem perspectivas de reagir. Quando finalmente criam coragem para sair da reclusão, são vítimas do preconceito e da falta de espaços públicos adequados que propiciem o mínimo de condições de acesso e conforto". Steven indica o esporte como um grande meio para a reintegração do deficiente à vida social e produtiva. "Diante desse quadro, o esporte figura como uma poderosa ferramenta para a reintegração do deficiente à vida social. O esporte melhora a qualidade de vida, aumenta a auto-estima, dá disposição, amplia o círculo de amizades, desenha o corpo, mexe com a cabeça e com o humor. E mais, ao abraçar a prática esportiva, o deficiente recupera a motivação para a vida, procurando também outras atividades que pareciam ser inatingíveis: trabalhar, namorar, casar, estudar, conhecer novos amigos". De acordo com o professor, o esporte transforma os deficientes em verdadeiros campeões. "A cada dia eles encontram em seu interior uma energia extraordinária para vencer o medo, superar o preconceito e conquistar resultados expressivos. A mesma energia que pode ser encontrada em cada ser humano, independente se há ou não algum tipo de comprometimento", completa Steven. Essas conquistas podem ser facilmente constatadas em algumas marcas alcançadas pelos atletas com deficiência. O homem mais rápido do mundo, Tim Momtgomery completou os 100 metros rasos em 9’78 segundos, ou seja, apenas um segundo e meio mais rápido que Marlon Shirley, atleta amputado de uma perna. Os atletas paraolímpicos brasileiros são outro exemplo. Eles conquistaram nas Paraolimpíadas Atenas 2004 23 medalhas a mais que a equipe olímpica. No total, foram 33 medalhas: 14 de ouro, 12 de prata e 7 de bronze, além dos vários recordes mundiais e paraolímpicos quebrados. Mas a força do esporte na vida das pessoas com deficiência também pode ser comprovada no dia-a-dia. "Temos muitos casos na ADD - Associação Desportiva para Deficientes, instituição que fundei há 10 anos - envolvendo crianças, adolescentes e adultos que através da vivência esportiva ultrapassaram as barreiras psicológicas, físicas e sociais impostas pela deficiência para construir uma perspectiva de futuro. Como explicar essas conquistas surpreendentes? Posso indicar alguns caminhos: transformação de dificuldades em oportunidades, potencialização das características individuais em prol de um objetivo comum, utilização da capacidade individual para superação do dia-a-dia e treinamento contínuo". A experiência de 26 anos na área demonstrou a Steven o quanto as pessoas com deficiência podem ensinar para a sociedade. "Infelizmente grande parte dos brasileiros desconhece esse potencial incrível dos deficientes e os marginalizam por falta de informação e de aproximação. Sabemos que falta de conhecimento é uma das maiores razões do preconceito e, precisamos quebrar este movimento para promover a aceitação da diversidade. As pessoas munidas de informação aprendem a enxergar as pessoas com deficiência com outros olhos", afirma Steven. Pense nisso. O que era impossível foi feito, e pode ser feito também na sua vida! Se você ficou interessado em saber mais sobre o esporte para pessoas com deficiência acesse o site da ADD - www.add.org.br ou venha conhecer de perto o nosso trabalho. A ADD fica na Av. Jandira, 1.111 - Planalto Paulista, São Paulo - SP. Telefone: (11) 5052-9944.
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