Ano 2 - Nº 18 - Ubatuba, 14 de Março de 1999 |
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· Bicho d'água agora é moda Paulo Moraes gaia@ubaweb.com
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Mergulhar é adentrar o desconhecido recheado de magia e encantos, de uma beleza indiscritível. Um ambiente multicolorido que muda a cada segundo, habitado por uma fauna apenas conhecida por fotos e filmes. Imagina-se um reino de silêncio. Pelo contrário, os inúmeros sons serão compreendidos pelo mergulhador no decorrer das experiências. Cada ponto sempre se transformará, dependendo da época do ano, ocasionando uma revolução nos sentidos humanos. A propagação do som é quatro vezes mais rápida na água. O bate rebate das ondas nos costões cria uma verdadeira confusão. Muitas vezes, quem está em baixo tem dificuldade na localização do barco, se está se afastando ou aproximando-se. Os ruídos são poucos, normalmente a única trilha sonora é o barulho da própria respiração que somado à visão do ambiente natural provoca um estado de calma e, após algum tempo, possui um efeito hipnótico onde tudo parece estar numa extraordinária câmara lenta e o mergulhador se imagina planando. Além de se transformar num estado de espírito, mergulhar possibilita um aumento dos conhecimentos em geografia e história. Alguns lugares do planeta são apenas conhecidos por mergulhadores e pescadores. Queimada Grande, uma ilha no litoral paulista próxima a Itanhaém, é um exemplo conhecido por ser habitada por cobras jararacas-ilhoas numa quantidade impressionante. A ocorrência desse réptil é tão grande que, ao tempo de d. Pedro II, tentou-se até exterminá-las pelo fogo, sem sucesso. Queimada Grande, Laje de Santos e Alcatrazes são bons pontos de mergulho. A costa de Ilhabela, Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis tem sido muito visitada, principalmente para o primeiro mergulho das turmas. A revolução dos sentidos Mergulhar é penetrar em outro mundo. O olfato é anulado já que o nariz fica dentro da máscara. O paladar se compromete pelo regulador dentro da boca e o tato, pelo uso das luvas, muda. O frio aumenta, mesmo com roupas especiais de neoprene. Tudo fica em torno de trinta por cento maior e se aproxima, distorcendo distâncias. Um show de cores: quanto mais fundo mais azul e menos vermelho, transformando aparentemente peixes, flora. O som se propaga quatro vezes mais rápido na água e imagine-se a confusão nos ouvidos, mesmo do mergulhador mais experiente.
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Ano 2 - Nº 18 - Ubatuba, 14 de Março de 1999 |
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