Mônica Prado de Souza Lima |  |
Andam aos bandos que podem chegar aos 40 indivíduos, são capitaneados, isto é, seguem na frente abrindo caminho, os Guachos (Cacicus haemorrhous) e logo pela manhã é aquela barulhada. A voz nasalada dos tucanos com a barulheira dos bem-te-vis defendendo os seus ninhos da cruel depredação. São os Ramphastos. Este da foto é o Ramphastos dicolorus, tucano-do-bico-verde, chega a 48 cm e sempre se exibe em cores orgulhosas. O enorme bico impõe um vôo irregular e sempre pesando para baixo. Por isso o tucano quando pousa em uma árvore a escala até os galhos mais altos, para alçar vôo até a próxima árvore, novamente repetir a escalada, e alçar vôo novamente. Não se vê o tucano levantar vôo do chão até o alto. Nem planar em vôos longos. O peso do bico não permite. A função do bico é um capitulo à parte. Os hábitos alimentares e a diversidade dos ambientes determinam o desenho dos bicos nos pássaros. Vale lembrar que a diferença dos bicos entre os pintassilgos da ilha de Páscoa foi que fundamentou a teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin em 1859. Entre os tucanos temos as adaptações das mais incríveis. Seus bicos enormes, coloridos e em forma de tesoura, tanto lhes permitem a dieta de frutas, de grãos, de ovos ou ainda de filhotes dos outros pássaros, além é claro, de lhe facilitar a escalada galhos acima.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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