Sempre escrevi, fosse como um exercício de português, fosse para melhor equacionar algum problema. Gostava muito de escrever cartas, inúmeras cartas. Ao modo de Bernard Shaw acredito que o homem só alcança os ideais de amor, fraternidade e prosperidade no contato epistolar. Quando escrevi pela primeira vez com o intuito de publicar, tive o incentivo do Roberto Mamede, a quem admiro e respeito a opinião, o que foi fundamental quando publiquei meu primeiro artigo no jornal “A Cidade”. Desde que comecei a escrever para publicar nunca tive a noção de onde chegaria, não tenho até hoje. Só tenho o meu ideal de escrever acreditando que as minhas palavras, um dia, farão parte na construção de um mundo melhor. Comecei a escrever para O Guaruçá em 08 de março de 2004, logo no primeiro dia da revista, fiquei surpreso um ano depois, quando atingi meus primeiros mil acessos e em mais um ano depois, atinjo meus dez mil acessos. Vi com alegria o contador virar para os cinco dígitos. Para muitos, isto não é nenhuma vantagem. É para mim. Se imaginarmos que sou somente mais um simples escrevinhador colunista numa revista eletrônica nesse imensurável mundo do www, acho que é realmente muito importante esta conquista. Mais importante é que hoje não sei mais onde está meu primeiro passo, se lá longe no primeiro artigo ou, se agora no primeiro cinco dígitos ou se cada passo deve ser visto sempre como o primeiro. Não sei como agradecer a todas essas pessoas que acessam, que elogiam, que criticam, que mandam e-mail’s dando sugestões e que vão crescendo junto com a gente. Não tem como descrever a satisfação que é receber um elogio de pessoas que só me conhecem pelos meus artigos. Continuo um operário das letras, que a prática de agora, me permite escrever com menos suor, e pelos dias de hoje, com menos inspiração. Estamos vivendo uma época complicada. Ao mesmo tempo é com grande satisfação que a gente vê o crescimento dos acessos. Um ano para alcançar mil e dois anos para alcançar dez mil é um crescimento exponencial que reflete o trabalho da revista “O Guaruçá” e que não pode ser esquecido. Só para dar uma idéia. Outro dia estava no Google procurando mais informações sobre o nosso beija-flor-rajado, o Ramphodon naevius. Fui parar num site norte-americano e o artigo que estava lá era um artigo meu que foi publicado n’O Guaruçá. Na verdade não foi um passo muito longo, estava de volta num clicar.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
|