A consolidação da democracia na América Latina é um desafio que tem de ser vencido conjuntamente, afirmou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Sepúlveda Pertence, em San Jose, capital da Costa Rica, durante a apresentação do sistema eletrônico de votação para os partidos políticos e representantes da sociedade civil. De acordo com o ministro, como principais protagonistas do processo eleitoral, os partidos têm de se fortalecer em todo o continente, de modo a garantir soluções criativas para acabar com o desencanto do povo latino com a democracia. "Como magistrados, também temos de assumir nossa cota de responsabilidade", salientou o presidente do TSE. Sobre a presença das urnas eletrônicas nas eleições gerais da Costa Rica, em fevereiro de 2006, Pertence afirmou que o país tem, "sem bajulação, um significado especial pelo que representa para a tumultuada história da construção democrática da América Latina. A Costa Rica foi o primeiro país a caminhar para a judicialização do processo eleitoral. Além disso, restou inatingível pela onda de ditaduras que tomou conta da grande maioria dos países nas décadas de 60 e 70". O ministro lembrou que desde a sua criação, as urnas eletrônicas são responsáveis pela redução à metade do percentual de votos brancos e nulos e das abstenções nas eleições brasileiras. Da apresentação de ontem, também participaram o ministro Fernando Neves, o presidente do TSE da Costa Rica, Oscar Fonseca Montoya, o embaixador do Brasil na Costa Rica, Francisco Soares Alvim Neto, magistrados costarriquenhos, o secretário de informática do TSE, Paulo Camarão, e representantes dos 37 partidos políticos do país.
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