Para aqueles que pensam que depois dos 50 não há mais praticamente nada para aprender ou vivenciar, aí vai uma dica: essa pode ser a melhor época para um intercâmbio cultural no exterior. Além do turismo, o pessoal se dedica a estudar e trocar experiências com pessoas de todas as idades e culturas. Cursos no exterior ganham força para o público da melhor idade, que goza de muito tempo livre para aproveitar a viagem. As experiências de viver um período em um país estrangeiro, a convivência com pessoas de idades e culturas diferentes e ainda a possibilidade de fazer turismo se aliam a vivência da língua. Tudo isso faz com que esses programas de intercâmbio atraiam um número cada vez maior daquelas pessoas que têm tempo para curtir a vida. Embora a procura por este tipo de atividade tenha aumentado entre os maiores de 50, o mercado só não é maior porque o intercâmbio para esta faixa etária ainda é desconhecido da maioria do público. Algumas agências de intercâmbio no Brasil oferecem este programa de estudos no exterior para pessoas de maior idade. Em Florianópolis, a Intercultural trabalha com pacotes como esse há cinco anos. Segundo a superintendente de cursos da agência catarinense Débora Chaves de Souza, o que estas pessoas procuram é unir o útil ao agradável. Elas voltam a estudar e fazem turismo ao mesmo tempo em um país estrangeiro. O que mais os agrada é a convivência com as famílias do local e as amizades que são feitas no curto tempo do curso. "Eles pagam por um preço mais em conta do que pagariam só para fazer turismo e ainda aliam o estudo com atividades de lazer", explica Débora. Inglaterra, Canadá, França, Espanha, África do Sul e República da Irlanda são os países mais procurados. O programa, que custa em média US$ 2.500, inclui aproximadamente 80 horas/aula, acomodação, passagem e algumas opções de passeios, visitas a museus e galerias de arte. A professora aposentada Iolanda Oliveira, 49, também não esperou o tempo passar. Há muito que ela tinha o interesse de vivenciar a experiência de conhecer um país que falasse a língua que ela leciona, o inglês. Acompanhada da filha, Iolanda escolheu como destino para o programa de intercâmbio a África do Sul. "Não só pelo preço, mas também pelo clima, pela história antiga e recente do povo, que tem algo haver com nosso país e é surpreendente", explica. Ela e a filha ficaram numa acomodação que tinha pessoas do mundo todo, mas principalmente latino-americanos. Mesmo no meio de tantos jovens, Iolanda não perdeu o ritmo. "Cheguei a me aventurar subindo uma das mais altas montanhas da cidade, a Table Mountain", disse.
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