Mais de cem apresentações artísticas e culturais vão agitar a cidade histórica até o Natal
Uma parceira entre a Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Turismo, com o apoio do Departamento de Cultura, do comércio turístico e de artistas locais, resultou na maior e mais extensa programação de Natal de São Paulo. A programação dos eventos natalinos de Embu das Artes já começou no último sábado, 12, dando início ao resgate da rica história artística de Embu. A cidade e o comércio local foram estruturados para receber cerca de 30 mil pessoas por final de semana, e quem passar por Embu das Artes, de quinta a domingo, vai assistir a apresentações artísticas, culturais e musicais, além de terem à disposição um enorme shopping a céu aberto com grande variedade de compras de Natal. "Este é o primeiro de muitos outros eventos que pretendemos fazer com esta parceria que envolve o governo, o comércio e vários artistas", disse Renato Gonda, secretário de turismo do Município, durante a abertura do evento. "Além de mostrar o forte e histórico trabalho artesanal de nossos artistas, vamos apresentar aos turistas uma Embu das Artes rica em opção de lazer, compras e cultura", completou. Quem chegar na cidade pela entrada dos moveleiros, na Avenida Elias Yasbek, já se depara com uma árvore de natal com 15 metros de altura e vai conferir a exposição de quase trinta presépios criados por artistas da cidade. O audacioso evento é inédito na cidade turística, e envolve cerca de 2000 pessoas entre artistas, corais, dança, artes plásticas. A Banda Municipal de Embu das Artes - que foi destaque no Festival de Inverno de Campos do Jordão com uma vasta seleção musical entre elas: Marcha do Toreador, seleções de samba do Grupo Demônios da Garoa e Boogwood - apresentou-se na abertura do evento e fará outras apresentações no Centro Histórico de Embu. O veterano maestro Elias Evangelista, há 12 anos à frente da banda, preparou um belo repertório natalino para, junto com os 50 músicos da banda, apresentarem durante os eventos na cidade. Confira abaixo a programação da semana que conta ainda com exposições permanentes de cartões, presépios, pinturas do Sagrado. Oficinas de Arte ao ar livre: origami, pintura, presépio, bonecos, das 15h às 17h. Fábulas Natalinas contadas por artistas (todos os sábados às 15h30 no Centro Cultural). Estátuas Vivas todas sextas-feiras no Centro Histórico. Terça-feira (15): 16h Orquestra de Violeiros de Osasco. Exposição: Relevos em Terracota, no Memorial Sakai que comemora nesta data dois anos. Quinta-feira (17): 19h30 Quinteto de Metais, no Centro Cultural Embu das Artes. Sexta-feira (18): 19h30 Coral do Colégio N. Srª das Dores, no Palco do Largo dos Jesuítas. 20h30 Marília D Zita e Batuque na Cozinha, no Centro Cultural Embu das Artes. 21h30 Poesia Concreta (sarau), no Centro Cultural Embu das Artes. Sábado (19): 14h Amarte São Paulo (percussão, teatro e cordel), no Palco do Largo dos Jesuítas. 16h Coral Cantares ao Meu Povo, na Capela do Museu de Arte Sacra.18h30 Dança Cigana - Myzar Cristal, no Largo dos Jesuítas. 20h Coral Teen A Chave do Saber, no Centro Cultural Embu das Artes. 21h Banda Sattva (classic Rock), no Palco do Largo dos Jesuítas. Domingo (20): Vinícius Medrano (harpa), na Capela do Museu de Arte Sacra. 16h Teatro Popular Solano Trindade, no Centro Cultural Embu das Artes.19h30 Banda Persepton (vocal), no Centro Cultural Embu das Artes. Mais informações podem ser encontradas em www.embu.sp.gov.br. Embu Embu das Artes tem uma história riquíssima, extensa, intrigante e apaixonante, isto porque, quando Marquês de Pombal governou a região entre 1750 e 1777 aniquilou parte do patrimônio e história dos jesuítas do local. Além de expulsar integrantes da Companhia de Jesus de Portugal e suas colônias, em 1759, Pombal ordenou que se destruíssem todos os documentos e registros deste povo. Com isso, chega-se ao fim uma parte da uma história para dar início a outra. Por volta de 1554 se formou um aldeamento, onde hoje é o Centro Histórico da cidade, dos índios carijós, dando origem ao vilarejo M’Boy. A igreja Nossa Senhora do Rosário começou a ser construída em 1690 pelo padre Belchior de Pontes, e para a nova igreja foi transferida a santa padroeira, e onde era a antiga capela hoje funciona o Museu de Arte Sacra de Embu. A ligação da cidade com arte e artesanato tem uma forte ligação histórica. A casa construída em Embu para receber os integrantes da Companhia de Jesus, era usada para fabricar todos os utensílios oratórios e imagens sacras, e o local foi escolhido para sediar a escola de artes e ofícios dos jesuítas. As imagens, como as encontradas no Museu de Arte Sacra, eram feitas a partir de uma combinação de madeira com arame, com articulações e eram peças leves. Vários padres, com ajuda de índios, também esculpiam imagens algumas delas são encontradas no Museu de Arte Sacra. Depois de contribuir por décadas com o crescimento de vários bairros da cidade de São Paulo, através da produção de tijolos, no dia 30 de novembro de 1938, o distrito M’Boy passa a se chamar Embu e nesta mesma época as obras jesuíticas foram tombadas como patrimônio histórico. Em 18 de fevereiro de 1959, Embu se emancipa de Itapecerica da Serra e se torna município. Atraídos pela história local, muitos artistas de várias regiões se instalam em Embu e contribuem com o fortalecimento da história artística da cidade.
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