Lembra do seu primeiro encontro com o Rio de Janeiro? O site Um Balcão na Capital abre uma roda de memórias sobre a cidade e convida o internauta a contar como começou a sua história com a capital carioca. O objetivo dessa campanha de histórias é contribuir com a preservação e difusão da memória da cidade, valorizando as experiências e saberes das pessoas comuns. As histórias podem ser enviadas exclusivamente pela internet. Basta entrar no site Um Balcão na Capital e clicar no Conte Sua História. Os textos são recebidos, moderados e publicados no próprio site. A campanha é aberta a participação gratuita de qualquer pessoa acima de 14 anos. Lançado em 2003, o site Um Balcão na Capital - Memórias do comércio na Cidade do Rio de Janeiro conta a história do comércio e do dia-a-dia da capital carioca por meio de seus personagens anônimos. Além de depoimentos inéditos, o público encontra artigos históricos, links comentados e bibliografia para compor o contexto social, político, cultural e econômico da cidade. Leia uma história: "Quando vinha ao Rio, papai, como, aliás, todos os nordestinos, só se hospedava no Hotel Serrador, aquele hotel redondo ali na Cinelândia. Um dia viemos eu, ele e mamãe, e eu pedi para a gente ficar no Hotel Glória. Papai disse que não tinha dinheiro pra isso, mas acabou cedendo. Lembro até hoje da data, por motivos mais ou menos óbvios: 27 de março de 1964. Era a época de Gregório Bezerra, Francisco Julião. Sei que a usina foi invadida pelo pessoal do campo, papai teve que voltar pra Recife e nós duas ficamos no hotel. No dia 31, estoura a revolução e ele fica impedido de voltar. Mamãe precisava falar com papai. O telefone do nosso quarto tinha sido bloqueado. Desço com ela para o restaurante e pergunto a um garçom pelo dono. Ele me aponta um homem de bigode, cabelo preto. Vou até ele: - O senhor pode deixar a gente falar no telefone? Minha mãe precisa falar com meu pai - pedi. - Ah, minha princesinha, eu não posso fazer nada. - Mas o garçom disse que o senhor é o dono do hotel. - Não, não sou não. - Então o senhor é mentiroso ou o seu garçom é mentiroso. - O que você quer, minha princesinha? - Minha mãe precisa telefonar para o meu pai. - Então venham ao meu escritório. Quando a gente estava saindo do escritório dele, ele vira-se pra mim e diz: - Você quer casar comigo? - O senhor é maluco? Eu não gosto de homem de bigode. O senhor parece meu pai. Ele riu muito e três meses depois nos casamos." Maria Clara Tapajós casou-se aos 19 anos com Eduardo Tapajós, um dos proprietários do Hotel Glória na cidade do Rio de Janeiro. Leia esta e outras histórias no site Um Balcão na Capital - Memórias do Comércio na Cidade do Rio de Janeiro. Aproveite e conte também a sua história! A campanha é uma iniciativa do do SESC RJ (www.sescrj.com.br) e o Instituto Museu da Pessso.Net (www.museudapessoa.net), em parceria com as seguintes instituições: Comunidades Catalizadoras, Favela Tem Memória, Museu da República, Rádio Fala Mulher, Rede Memória da Maré, REDEH e Site NetHistória.
|