24/11/2024  21h35
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Arquitetura e Engenharia
28/10/2005 - 15h52
Redução de custos para traçar perfil de favelas
Agência USP de Notícias
 

Caracterização sócio-econômica de favelas pode ser feita com método ágil e barato. É possível traçar o panorama dessas comunidades com fotos fornecidas pelo Inpe e dados do IBGE sobre essa população seguidos de alguns complementos

Há algumas décadas, principalmente durante o período da ditadura, a prática usual para resolver a questão das favelas era remover seus habitantes para um conjunto habitacional em uma outra região. Atualmente, a opção pela urbanização vem se mostrando uma melhor alternativa. No entanto, essa solução exige maior conhecimento sobre a população alvo, e o modelo de levantamento dessas informações mais praticado até então é muito dispendioso (tem custo elevado e é trabalhoso). Num estudo recente realizado na Escola Politécnica (Poli) da USP, o engenheiro Waldemar Bon sugere uma "metodologia de baixo custo, relativamente ágil, baseada em informações públicas".

"Para planejar a reurbanização de uma favela é necessário coletar uma série de dados que tracem o perfil de sua população, a fim de fazer um planejamento que se apresente eficaz", defende o engenheiro, que apresentou seu estudo de mestrado Poli. Entre as informações necessárias estão o número de domicílios, quem são os chefes de família, renda, escolaridade, sexo, idade, atendimento de serviços públicos de água e esgoto, entre outros itens.

No município de São Paulo, o levantamento destes dados tem sido feito principalmente com pesquisa de campo - recenseadores vão às residências. Esse modelo foi utilizado no Estudo das Favelas (1974), no Censo das Favelas (1987), no Levantamento Amostral (1993) e em parte pelo Estimativas de população (2003). "É um procedimento muito caro e demorado, é o mesmo usado pelo IBGE - que por tais razões só realiza o censo a cada dez anos", comenta Bon.

O pesquisador sugere a utilização dos dados do recenseamento do IBGE, que são gratuitos e facilmente acessíveis. "Mas muitos ainda se recusam a aproveitá-los por apresentarem deficiências que dificultam a precisão da análise". Uma das falhas apontadas é o fato de o instituto não classificar como "setor sub-normal" favelas com menos de 50 domicílios, ignorando-as para a contagem desse universo. Outro defeito citado é o uso de croquis (desenhos artísticos) na cartografia das regiões, ao invés de fotografia, o que gera distorções de área e impedem a rigorosidade e precisão da representação.

Complementações ao IBGE

Entretanto, Bon propõe complementações para essas lacunas: em substituição aos croquis é possível conseguir fotos de satélite com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que poderia disponibilizar o material gratuitamente. Por meio das fotografias seria possível saber a área das favelas não levantadas pelo IBGE. Ele propõe também uma metodologia para estimar a densidade populacional. "Sabe-se que a densidade populacional do setor sub-normal é de 300 a 1.500 habitantes por hectare (enquanto em áreas normais é de 30 hab/ha). Poderíamos, então, multiplicar a área pela densidade e obter a população não levantada pelo IBGE", afirma o engenheiro.

Tendo como alvo de estudo a região do Rio Pequeno (bairro na Zona Oeste de São Paulo), Bon chegou a outra conclusão: quando considerados no universo das favelas, os aglomerados subnormais não alteram muito a contagem populacional. Embora sejam numerosos, são diminutos em área e possuem populações pouco numerosas. O trabalho estimou em 972 mil habitantes a população favelada total de São Paulo em 2000, diferindo em apenas 8,3% dos 897 mil levantados pelo IBGE para a mesma época.

Segundo Bon, a diferença de precisão é mínima e não prejudicaria o planejamento de atuação nessas áreas. A metodologia que propõe seria de baixo custo e indireta, passível de ser realizada com intervalos mais curtos, como a cada cinco anos. Enquanto os métodos mais utilizados são diretos e caros.

A pesquisa do engenheiro foi toda feita com dados públicos. Uma análise da viabilidade do estudo já foi solicitada pelos técnicos da Secretaria de Habitação da Prefeitura de São Paulo.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "ARQUITETURA E ENGENHARIA"Índice das publicações sobre "ARQUITETURA E ENGENHARIA"
05/08/2022 - 06h17 Perícias de engenharia em processos judiciais
03/08/2022 - 06h16 Para deixar a casa mais aconchegante no inverno...
24/06/2022 - 06h31 Mármores e granitos
03/06/2022 - 06h16 Construir uma casa no Brasil está mais caro
31/03/2022 - 06h01 O novo minimalismo na arquitetura e decoração
26/02/2022 - 06h09 Neuroarquitetura
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.