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Opinião
18/12/2022 - 05h46
Como criar meninas que conhecem o próprio valor?
Rita Cota
 

Todo mundo sabe o quanto empoderar é importante, mas e quando precisamos fazer isso com as nossas filhas? Já ouviu aquela frase de que “os pais são responsáveis pelo sucesso e os insucessos de seus filhos?” Pois é, a arte de educar é mais complexa do que se imagina.

O dever dos pais vai além de oferecer segurança e garantir que os direitos de desenvolvimento físico, psicológico, moral e social dos pequenos, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sejam cumpridos.

Abrir um diálogo franco com as meninas sobre os desafios que encontrarão em suas vidas, compartilhando fatos cotidianos, auxiliarão essas futuras mulheres a refletirem sobre a importância do posicionamento feminino.

Assim como os adultos precisam ser respeitados em suas individualidades, as crianças também necessitam desse acolhimento. É imprescindível que sejam valorizadas por suas competências e estimuladas a construir autonomia e protagonismo.

Por exemplo: se a mãe de Maria adora balé, mas a garotinha gosta de vôlei, então devemos oferecê-la a oportunidade de fazer as suas escolhas, mesmo que contrarie as expectativas da família e as idealizações dos pais. É através desse ato de amor que mostraremos a Maria qual é o seu lugar no mundo.

A leitura é capaz de auxiliar aos pais nessa difícil tarefa. Livros com histórias inspiradoras ajudam as crianças a buscarem exemplos, e através desse entendimento, elas aprendem a transformarem seus sonhos em realidade. Estas referências empoderam devido às histórias de superação de mulheres que enfrentaram seus próprios medos e encontraram seus lugares na história.

Meninas nascem mulheres. É necessário ensinar quais são os desafios frente ao popular epiteto “sexo frágil”, a busca pela garantia dos seus direitos na luta pela igualdade de gênero e seus deveres para que suas vozes sejam ouvidas onde quer que estejam. E esse ensinamento precioso começa desde a primeira infância.

Os pais que optarem por empoderar suas filhas, através de uma criação que respeite suas essências, capacitarão essas meninas para se tornarem mulheres inspiradoras no futuro. Quebrar os paradigmas e deixar que nossas meninas busquem o que as agrada, garantirá uma autoestima estruturada em uma rede de apoio familiar, onde os valores são legítimos e inspiradores.


Nota do Editor: Rita Cota é escritora e mãe da Chloe, 4 anos, e Desireé, 12.

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