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SEÇÃO
Crônicas
22/11/2022 - 06h04
Doce amor
Marina Alves
 

Andando pelo mercado, na seção dos doces, dou de cara com as chupetinhas de açúcar. Volto no tempo: aquelas guloseimas foram uma das delícias da minha infância, principalmente, por me trazerem as melhores lembranças de meu pai. Morávamos, então, numa fazendinha retirada. Quando meu pai ia à cidade, meus irmãos e eu já sabíamos que era grande a chance de alguma boa surpresa. Ficávamos ansiosos pela volta dele.

- Tá chegando! - gritava quem primeiro o avistasse, apontando na curva da estrada.

Nosso pai chegava com ares de mistério. Ninguém dizia nada, apenas esperava. Sem dizer nada também, ele retirava do bolso meia dúzia de chupetinhas doces. Mesmo sendo simples pirulitos cobertos com grânulos grossos de açúcar cristal, aqueles mimos eram deliciosos. Ficávamos horas degustando-os bem devagar, adiando ao máximo a chegada ao palito.

Nosso pai não era de beijos e abraços, tampouco de palavras fáceis ou melosas. Mas aquela era uma forma de nos falar de seu afeto: uma chupetinha feita com água, açúcar e corante vermelho. Aqueles pirulitos embrulhados em papel de pão, trazidos da cidade com o pensamento em cada um de nós, certamente diziam muito sobre o doce amor que ele tinha pela meia dúzia de filhos.

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