27/11/2024  23h45
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
08/11/2022 - 05h33
Ladeira abaixo rumo a Praça Vermelha
Dartagnan da Silva Zanela
 

Nós não estamos no fim da história. Esse momento turbulento, que agora testemunhamos, é apenas um capítulo de uma jornada que está muito longe de terminar. Penso que é imprescindível que não nos esqueçamos disso.

A jornada humana não é linear, como um documentário cafona, nem retilínea, como um livro de história escrito com letras deselegantes. O traçado da mestra da vida é sinuoso, com avanços rápidos e regressos abruptos e repentinos. Ou, dito de forma lacônica e entojada: o devir humano através do tempo é dialético.

É importante nunca esquecermos que a história é forjada por tensões, boleiras de tensões. Ignorar a presença delas é a receita mais do que perfeita para não compreendermos as correntezas que movem a vida em sociedade.

Para captarmos essas tensões e compreendê-las é imprescindível que sejamos capazes de enxergar a realidade histórica não apenas por meio de nossos olhos, mas também, através do olhar do outro, por meio das razões contrárias às nossas.

Dentro das tensões que a movem e forjam a história, nós podemos vislumbrar as possibilidades que estão se desenhando em uma conjuntura e as probabilidades latentes num dado momento.

Diante do exposto, vejamos essa sequência de fatos: (1) surgiu um relatório questionando a integridade do pleito. (2) O deputado mais votado do país pede que o assunto seja investigado. (3) O deputado é silenciado. (4) Os dados do pleito ficam fora do ar.

Frente a esses fatos, podemos perguntar: não. Não podemos perguntar.

Pois é. E se voltarmos os nossos olhos para os regimes políticos que são incensados por aqueles que consideram o ato de levantar uma dúvida como sendo um crime imperdoável, veremos, com clareza apolínea, para que direção os [supostos] defensores da democracia querem empurrar todos nós e, pela audácia e petulância expressa recentemente, tudo indica que será um tremendo de um empurrão ladeira abaixo.

E quando chegarmos lá no fundo, os vencidos serão calados e não mais poderão escrever a lauda da história que lhes caberia, porque serão considerados “cristofascistas” e “anti-democráticos”.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.