Se uma pessoa se apresenta como comunista e diz, em alto e bom tom, que ela tem orgulho de sê-lo, chamá-la de comunista não é um rótulo difamatório, nem um insulto. É apenas o ato de designar a ela a identidade ideológica que ela mesma assume como sua. Ou seja: ela é marxista e sê-lo é um direito todo dela, mesmo que essa ideologia política, totalitária do princípio ao fim, seja repudiada por nós, reles cidadãos comuns. Agora, se uma pessoa que não se identifica, de jeito maneira, com o fascismo, muito menos com o nacional-socialismo, vulgo nazismo e, mesmo assim, for leviana e sistematicamente chamada disso pelos partidários do marxismo, é algo de uma baixeza sem par. É o mais puro e decantado cinismo. Ora, quando uma pessoa é rotulada de nazista, fascista, ou alguma nojeira similar, essa pessoa está sendo estigmatizada como sendo partidária de uma ideologia espúria e totalitária que ela repudia com todas as forças do seu ser. E o que é mais abjeto nesse tipo de expediente é que os marxistas e similares, imputam esse estereótipo sobre todos aqueles que têm a petulância de discordar do seu projeto totalitário e espúrio de poder. Aliás, isso não é de hoje. Vem de longa data, como bem nos adverte George Orwell, em seu livro “O que é fascismo e outros ensaios”. E tem outra: se nos dermos ao trabalho de pesquisar no google o nome de qualquer crítico do PT, junto com a palavra “nazista” ou “fascista”, constataremos que praticamente todos já foram assim chamados por eles. Praticamente todos. Não porque o fossem, mas sim, porque cometeram o “crime” de discordar deles e de criticá-los publicamente. Diga-se de passagem, inclusive o atual vice de Lula já foi chamado por essa turma de “fascista”. Não? Então dê um rolê no google e verá. Enfim, fascismo, nazismo e similares são ideologias malignas e, por isso mesmo, todo aquele que insiste em estigmatizar, de forma leviana e maliciosa, os seus desafetos é apenas e tão somente uma pessoa irresponsável e sem escrúpulos.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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