Essa é uma verdade indesmentível, a que fala como é caprichosa a natureza humana, e assim sendo, sempre será muito difícil poder dizer que conhecemos alguém a fundo, que podemos desvendar os mistérios de sua alma, assim como dificilmente damos total abertura para que a nossa seja bem conhecida por alguém. Na verdade, podemos dizer que conhecemos determinada pessoa, até onde ela permite que a conheçamos, mas dificilmente alguém abre sua alma a ponto de “mostrar-se” por inteiro, dificultando um perfeito conhecimento de seu interior, sendo esse o principal ponto que pode atrapalhar muitos relacionamentos, pois essa “ocultação” do interior, poderá nos levar a melindrar quem estiver conosco, ainda que o façamos involuntariamente, mas sempre ficará alguma mágoa, que certamente poderá provocar uma “bola de neve”, desencadeando certos desentendimentos que poderiam ser evitados, se houvesse um diálogo franco, honesto e esclarecedor, para deixar claro até que ponto se pode chegar sem ferir melindres, e que tais limites sejam bem observados. Algumas vezes, por não querermos melindrar a parceria, poderemos magoá-la justamente por esse cuidado, por mais paradoxal que possa parecer tal situação. Tentando ser agradável, magoamos. E agora, fazer o que? Apenas um conhecimento profundo pode permitir uma parceria feliz. Mas para que tal ocorra, torna-se necessário que haja aquele diálogo de abertura, em que ambos poderão colocar cartas na mesa, deixando claro até que ponto se pode chegar, sem causar melindres, sem provocar ressentimentos, e principalmente, que haja respeito de parte a parte para que tudo corra bem, e seja um relacionamento baseado no diálogo, no respeito, em paz e amor... Por outro lado, também nós jamais nos mostraremos por inteiro à nossa parceria, estando igualmente sujeitos a receber um tratamento nem sempre condizente ao que desejaríamos. E assim, muitos relacionamentos, pessoais ou comerciais sofrem abalos ou mesmo terminam por causa desse pormenor. Por não haver um bom acerto de contas inicial. Porque um dos lados ou ambos passou dos limites. Problemas sempre existirão, mas os efeitos poderão ser minimizados se houver pelo menos compreensão de parte a parte. Temos que entender que é muito difícil encontrar alguém com o mesmo temperamento, que pense igualzinho, que seja nosso clone. Portanto, precisaremos saber aparar arestas, procurando amoldar-nos à personalidade de nossa parceria, aceitando-a, para que sejamos aceitos. É importante frisar que esse entendimento não pode ser unilateral, ou seja, não é lícito esperar que apenas uma parte ceda. Tem que haver reciprocidade na coisa toda. Ambos precisam se aceitar. Ambos precisam ceder em alguma coisa, modificando algo em sua personalidade, para que a máquina engrene e rode suavemente. Estando ambos imbuídos desse espírito de solidariedade, será bem mais fácil aparar arestas que surgirem pela vida afora (sempre haverá alguma peninha flutuante...), permitindo assim que o relacionamento seja feliz e duradouro. Com bom entendimento quaisquer dificuldades poderão ser superadas. Mas se uma das partes insistir em levar tudo a ferro e fogo, querendo sempre fazer prevalecer sua maneira de pensar, fatalmente a coisa não chegará a bom termo. Uma hora a paciência poderá explodir, e será o fim de tudo, e é por fatores assim, que muitas vezes vemos parcerias (profissionais ou amorosas), que poderiam ser muito boas, simplesmente se esboroarem, terminando com algo que parecia promissor, sempre provocando aquele comentário: “Que pena... Parecia que se entendiam tão bem...” E o entendimento poderia mesmo ter sido perfeito, mas por incompreensão, o que poderia ser apenas uma pequena rusga, vira um cavalo de batalha. Pode-se dizer coisas irremediáveis no calor de uma discussão, e como resultado, será o fim de tudo. E teria sido tão fácil evitar. Bastaria um pouco mais de compreensão, pensar antes de se dizer algo definitivo, e um fim de relacionamento teria sido evitado. Pensar antes de falar. Procurar saber até onde se pode chegar naquilo que se fala. Evitar ferir melindres, levando a situações que magoem. É isso aí. Dialogar antes de discutir. Pensar antes de falar. Saber explicar. Saber ouvir. E principalmente, não magoar. Nada ganhamos ferindo melindres. Saber ouvir as explicações, mesmo que não as queiramos aceitar. Todo fato tem duas versões, e nem sempre a nossa é a exata. Vamos aprender a ouvir o outro lado. Erraremos menos agindo assim, estejam certos... E sabendo observar essas pequenas regras de bem viver, sempre será mais fácil ter-se UM LINDO DIA, podendo repeti-lo a cada dia de nossa vida.
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