Uma pessoa, ou um partido, com inclinação tirânica, quando almeja calar uma pessoa, ou um órgão de mídia, não o faz dizendo que está calando aqueles que estão dizendo verdades inconvenientes que estão estragando a sua pinta de bom-moço, de defensor dos “frascos” e “comprimidos”. Negativo. Nani não. Essa gente, que age como um órgão de censura, sempre cala as vozes inconvenientes sob a justificativa de que está protegendo a população de pessoas [supostamente] sem escrúpulos que dedicam suas vidas a espalhar mentiras para enganar as pessoas. Stalin, Hitler, Mao, Vargas, Castro, Maduro, Daniel Ortega e companhia [nem um pouco] limitada, nunca abriram mão desse ardil. Todos esses canalhas e suas camarilhas achavam e acham “justo” calar sistematicamente todos aqueles que ousam apontar o mal gestado e parido por eles. O roteiro desse embuste é mais ou menos assim: primeiro eles difamam a pessoa, impingindo sobre ela toda ordem de rótulos infames para destruir, de alto a baixo, a sua reputação. Feito isso, passasse a assediá-la, judicial e economicamente, para que ela perca todos os meios possíveis para poder continuar dedicando-se à proclamação das verdades que eles querem que sejam sepultadas. Por fim, silencia-se em definitivo aqueles que estavam dando voz às verdades inconvenientes. Hoje, as verdades ululantes são rotuladas pelos candidatos a tiranetes de “fake news” e, é claro, afirmam que elas devem ser caladas para o bem do cidadão que estaria sendo enganado maliciosamente por [supostos] propagadores de ódio. Vale lembrar que o único remédio eficaz contra a informação de [suposta] procedência duvidosa é o livre acesso a toda e qualquer informação, para que o cidadão, com o seu bom senso, possa compará-las livremente e chegar a uma conclusão minimamente razoável. Agora, calar alguém, sob a desculpa esfarrapada de querer proteger os cidadãos é literalmente uma confissão de má intenção porque, desde que o mundo é mundo, a mentira se combate com a verdade, não com um cínico “cale a boca”, como a turminha da estrela vermelha do atraso tanto quer.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
|