Havia um quadro no programa humorístico "Planeta dos Homens" - o Ah, É? - que eu gostava bastante. Dava-se mais ou menos assim: depois de passar por uma situação de confronto em que nunca conseguia argumentar a contento, o personagem Liberato (Milton Carneiro) ficava pensando nas "respostonas" que poderia ter dado, mas que na hora não tinha conseguido encontrar. Diante das ofensas e investidas que sofria, ele só conseguia dizer: Ah, é? Ah, é?

Eu achava graça naquilo, pois acontece muitas vezes com a gente. Daí que saímos frustrados, e só no conforto do lar, ou no quente da cama, vamos pensar nas coisas que poderíamos ter falado, mas o argumento nos faltou no momento preciso. Ah, que raiva! Mas tudo bem, está certo que nem todo mundo nasceu para o embate, principalmente, se for no improviso, e de cabeça quente.

Quando falta o assunto para desbancar o "adversário" na hora do "vamos ver", levar a pior pode trazer uma sensação de ter perdido a parada. O bom é que para isso já inventaram uma frase que vale como consolo: "É melhor ser feliz do que ter razão." Resta saber se, no caso, a pessoa conseguirá mesmo se sentir feliz. No mais, é botar a viola no saco e se recolher: se ficou sem ideias na hora, o recurso é se conformar com o próprio "Ah é?", e deixar para uma próxima vez as "respostonas" que poderiam ter sido dadas, mas na hora viraram fumaça.