Há muito não se via e nem ouvia tanta falsidade e mistificação em meio à campanha eleitoral. Candidatos e seus prepostos falam, de cara lavada, coisas que o povo está cansado de saber não verdadeiras e, portanto, não têm o condão de convencer o eleitor. Na disputa presidencial, não é difícil prever quem irá para o segundo turno e que, para isso não acontecer, só se morrer um dos concorrentes ou houver algum acontecimento dessa magnitude. Logo, tudo o que os outros falam - muitas vezes com entonação de quem ensina o povo - não passa da popular conversa para boi dormir. Há quem pense que o povo é burro, mas esse é o pensamento de quem não é inteligente. Apesar de muitas vezes ter votado em quem não merecia, o brasileiro é cada vez mais consciente de que se escolher mal ele próprio vai pagar o preço porque o governo não cumprirá devidamente suas tarefas. Por isso, os candidatos - todos eles - em vez de falar mal do adversário - deveriam estar falando bem de si mesmo e principalmente levando suas propostas ao eleitor. Essa é a única forma de conquistar votos. Ninguém vai mudar seu voto porque alguém, especialmente o adversário, falou mal daquele em quem está propenso a votar. Com a disputa presidencial de primeiro turno praticamente decidida, o mais indicado é que o eleitor volte sua atenção para os candidatos a governador e, logicamente, a senador e deputados federal e estadual. Além de escolher aquele que for o melhor para governar o país, também é importante conduzir ao poder o melhor para administrar o Estado onde vivemos e os melhores para compor o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas Estaduais. É preciso votar em gente séria, honesta e de bons propósitos para ocupar esses postos, pois serão eles que nos governarão e cuidarão de toda a legislação que interfere diretamente na vida da população. De nada adiantará votar sem conhecer aqueles que elegemos e depois passar quatro anos falando mal dos eleitos. Infelizmente, a polarização política hoje presente leva os concorrentes a se comportarem indevidamente. Mas o povo precisa considerar que existem os bons e os ruins que se candidataram e hoje pedem os nossos votos. Nada melhor do que buscar o conhecimento da vida política e até pessoal do candidato em quem tencionamos votar. Só isso já poderá livrar o país e todos nós dos corruptos, dos enganadores e dos que fazem da política um meio de vida própria e pouco se importam com os interesses do povo. Se eles serão nossos representantes e precisam do nosso voto para ser eleitos, deverão, quando estiverem investidos no mandato, respeitar e defender aquilo que nos interessa. Lanço aqui uma proposta ao eleitor. Ignore o candidato que faz campanha falando mal de seus adversários pois isso não leva a lugar algum. O bom resultado de uma eleição é quando se consegue levar aos postos em disputa os candidatos melhor preparados e comprometidos a fazer o bem e a trabalhar pelo bem-estar da população. Os que se ocupam em falar mal, independente de quem sejam as vítimas, não merecem consideração, respeito e muito menos o crédito do nosso voto. Vamos fazer a eleição propositiva, jamais negativa. Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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