| Michelle Corrêa | | | | `Sarau Azul´, no Auditório Beatriz Puertas, em São Sebastião (SP). |
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Esta semana, uma foto compartilhada em redes sociais me emocionou muito. Era um registro de Sônia Lopes, apresentando o seu "Sarau Azul", no Auditório Beatriz Puertas, em São Francisco da Praia, São Sebastião (SP). Em 2011, quando Prefeitura Municipal homenageou a minha mãe, batizando o equipamento cultural com seu nome, conseguimos reunir todos os seus irmãos, meus tios e tias, que ainda eram vivos para a inauguração. Foi um verdadeiro acontecimento familiar! A mídia local fez tanta divulgação do referido evento, que tenho dezenas de reportagens de jornais e revistas sobre o assunto. Ela, a "Bia" para os íntimos, realmente merecia tanto mimo pois, além de uma vida de sacrifícios, ficou viúva muito cedo, tendo de criar quatro filhos, trabalhando na área da saúde até se aposentar. Numa cidade pequena, onde os recursos eram parcos, ela não media esforços para ajudar os mais carentes. Mais tarde, quando já estava aposentada, descobriu-se poeta e passou a dedicar parte de seu tempo para a produção literária. Seus poemas são registros de suas vivências íntimas, de causos que ouviu durante a vida e de episódios pitorescos diversos. Dessa forma, participou ativamente da vida cultural do município, incentivando cada um de nós a fazer o mesmo. Hoje, sua produção literária é reconhecida como patrimônio da nossa identidade caiçara. A dimensão artística do teimoso trabalho de Sônia Lopes, preenchendo de beleza o espaço do Auditório Beatriz Puertas, para mim é uma prova inequívoca de que a Bia ainda anda por ali. Feito onda, ainda anda. Ave, Beatriz Puertas!
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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