Penso que devemos procurar não ofender intencionalmente ninguém, da mesma forma que devemos procurar não nos ofender com facilidade por qualquer coisa. Uma observação simples, curta e direta que, certa feita, foi realizada por Bruce Lee que, além de exímio artista marcial, também era um grande conhecedor tanto do taoísmo quanto do confucionismo. Se não temos a intenção de ofender, mas tão somente o objetivo de dizer aquilo que pensamos a respeito de algum assunto, digamos o que tem que ser dito sem medo, pois se ficarmos temerosos da reação dos “ofendidinhos” engajados acabaremos, cedo ou tarde, fechando as portas da nossa alma para a luz da verdade, porque, como todos nós bem sabemos, o medo nunca foi, e nunca será, um bom conselheiro. Do mesmo modo, não devemos entrar nessa “vibe” de hipersensibilidade, que é capaz de ver microagressões até mesmo num gesto gentil é, obviamente, esse tipo de atitude também é um baita obstáculo para podermos seguir nossa jornada pelo caminho que nos leva ao conhecimento da verdade. E, assim o é, por uma razão muito simples: uma pessoa que se ofende por qualquer palavra que lhe parece mal colocada é apenas uma alma infantilizada que deseja tão somente ouvir aquilo que lhe parece agradável e, como todos nós muito bem sabemos, raramente a verdade é afável, raramente mesmo e, por essa e muitíssimas outras razões, todos aqueles que se ofendem gratuitamente e afrontam os outros por qualquer coisa, não medem esforços para calá-la de uma vez por todas, custe o que custar. Áudio da crônica.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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