28/11/2024  03h33
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
06/09/2022 - 06h09
Migração moderna no Brasil
Daniel Pedrosa
 

Durante um período de nossa história, muitos artistas brasileiros retrataram a dor do migrante em obras primas das mais diversas. O famoso quadro “Retirantes”, do renomado pintor paulista Candido Portinari, e a obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, eternizaram a realidade de muitos que enfrentaram a fome e a violência.

Mas, quase um século depois, poderíamos dizer que esta realidade é apenas um recorte específico de nosso passado e deve ser lembrada de forma nostálgica como um período superado? O mundo moderno nos trouxe novas tecnologias e com elas a possibilidade de evitar que a fome e o sofrimento façam parte da vida. Porém, em um país onde praticamente 10% da população vive a margem da pobreza extrema, não seria correto acreditar que eliminamos definitivamente esta realidade.

Então, por que não vemos mais notícias que relatam migrações em massa e pessoas carregando seus filhos em estradas, morrendo de fome ou sede pelos caminhos? Uma das hipóteses que podemos explorar é que a migração se tornou um negócio na nova sociedade e que acontece de maneira mais organizada, sem que seja percebida, mas enfrentando muitos dos problemas vividos em meados do século passado.

Os migrantes, e até mesmo imigrantes internacionais, muitas vezes refugiados, não caminham mais em estradas sob o sol escaldante, mas ainda chegam às grandes cidades e acabam explorados, quando não viram moradores de rua ou se envolvem na criminalidade para poder conseguir o que comer. É como se existisse um muro que separasse a realidade de uma parcela da sociedade que decide se aceita ou não a inclusão de novos membros.

Observados o passado e o presente, fica o questionamento sobre o futuro. No meu novo livro “Retirantes: O Legado das Sombras”, crio uma história distópica e apresento uma família que enfrenta a fome, o medo e a violência para vencer as barreiras que os impedem de fazer parte da sonhada sociedade em que a vida é digna e abundante.

Ao colocar em palavras o individualismo e o preconceito inserido no subconsciente de cada um, torço para estar enganado: que o futuro nos surpreenda com uma realidade diferente da que prevejo na obra e que sejamos capazes de ver para além dos espelhos.


Nota do Editor: Daniel Pedrosa é escritor e autor do livro Retirantes: O Legado das Sombras.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.