Estudo revela que 4 em cada 10 jogadores apresentam lesões relacionadas à prática do beach tennis
O beach tennis se tornou um esporte muito popular no Brasil e se expandiu para além das cidades do litoral. Contudo, é cada vez maior o número de praticantes que sofrem lesões durante as partidas. Um estudo recente, publicado no periódico The Physician and Sportsmedicine apontou que 4 em cada 10 jogadores de beach tennis apresentam lesões relacionadas ao esporte. Em 48,3% dos casos as lesões ocorreram nos ombros e cotovelos; 43,3% nas pernas e pés e 8,4% na cabeça e tronco. A tendinopatia nos ombros e nos cotovelos foi o tipo de lesão mais frequente. Nos membros inferiores as lesões mais prevalentes foram distensões musculares na região da coxa, entorses, luxações e fraturas nos pés e região do tornozelo. Os pesquisadores identificaram uma alta prevalência de lesões do dedão do pé, chamado de hálux, como fratura, luxação e entorse. As lesões crônicas são mais prevalentes nos ombros e cotovelos e as agudas nos membros inferiores. Opinião da especialista De acordo com Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em RPG e Pilates, as atividades realizadas na areia macia, como no beach tennis, demandam mais energia dos músculos dos membros inferiores para realizar os movimentos, apesar de reduzir o desgaste articular já que a areia absorve parte do impacto. Por outro lado, a sobrecarga muscular é maior no impulso devido ao fato da pessoa “afundar” na areia. “Quando a pessoa não tem um bom condicionamento físico, é comum ocorrer a fadiga muscular, ou seja, o músculo se cansa, perde a capacidade de coordenar os movimentos e de contrair com a velocidade de reação correta para proteger a articulação. As consequências são as lesões nos pés, coxas e tornozelo”. “Durante o salto na areia, a amplitude e a velocidade articular são maiores do que seriam numa superfície dura. O movimento se torna mais complexo para o tornozelo para conduzir o corpo na vertical. A duração da impulsão do corpo é mais longa e o equilíbrio postural demanda uma maior extensão do quadril”, adiciona a fisioterapeuta. Temos ainda a instabilidade nos pés quando afundam na areia o que demanda um controle bom do equilíbrio. Já as lesões nos ombros e cotovelos estão relacionadas ao esforço repetitivo dos movimentos para bater e rebater a bola. Benefícios do beach tennis Naturalmente, há diversos benefícios na prática do beach tennis como melhora da coordenação motora, controle muscular propriocepção (capacidade de perceber o corpo no espaço), fortalecimento da musculatura das pernas, glúteo e abdominais, com consequente melhora na estabilidade das articulações. O esporte é também um ótimo trabalho aeróbico, com gasto energético relativamente maior do que em terrenos mais duros. Como prevenir lesões “O beach tennis é um esporte que demanda um bom condicionamento físico. Portanto, pessoas sedentárias que pensam em praticá-lo precisam realizar exames de rotina e investir em atividades ou terapias que melhorem o funcionamento global do sistema musculoesquelético”, alerta Walkíria. A recomendação é investir nesse condicionamento antes de iniciar a prática do beach tennis. O ideal é trabalhar o fortalecimento muscular, amplitude de movimento, correção da postura e melhora da resistência muscular. “A fisioterapia tem recursos que podem ajudar a alcançar esses objetivos, entre eles o Pilates e a Reeducação Postural Global (RPG). O RPG ajuda a corrigir os vícios de postura e contribui no alongamento global do corpo. Já o Pilates tem benefícios adicionais como fortalecimento muscular, aumento da consciência corporal, equilíbrio, postura e flexibilidade”, finaliza Walkíria.
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