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Opinião
20/08/2022 - 06h29
Já é campanha eleitoral...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

De repente, nossos computadores e telefones celulares foram invadidos por dezenas, até centenas, de homens e mulheres que se apresentam como candidatos e pedem o nosso voto para as eleições de 2 de outubro. Uma parte conhecemos como políticos e outros nunca ouvimos falar, mas concorrer é um direito de todo eleitor, independente das condições para o êxito. Eles querem ser presidente da República, governador do Estado, senador ou deputado federal ou estadual e, desde a terça-feira (16/08), estão autorizados a fazer campanha. A partir do próximo dia 26 também estarão no rádio e na televisão. Embora possa ser enfadonho, esses são os meios de que dispõem para apresentar à população sua proposta de trabalho e, com ela, conquistar o voto.

A eleição é o único momento em que o eleitor é capaz de interferir e até decidir o destino do país e, consequentemente, suas condições de vida nos próximos quatro anos, tempo de duração do mandato, e até depois desse período. O voto é uma delegação de poder. Depois que o depositamos na urna, aqueles em quem votamos, se forem eleitos, estarão autorizados a fazer ou deixar de fazer coisas em nosso nome. É por isso que a maioria deles desaparece e só volta nas próximas eleições, para pedir novo voto.

Pela natureza e consequências das eleições é que o eleitor deve prestar atenção à campanha e só decidir em quem vai votar depois de ter obtido informações sobre a vida política do candidato, sua honestidade e propostas de trabalho para o caso de ser eleito. Afinal, não devemos colocar quem não conhecemos para nos representar como governante ou parlamentar. E também não devemos perder a chance de escolher alguém de bom nível pois, depois de dado o voto, não adianta reclamar. A única reparação que dá para fazer em relação ao político que nos desagradou, é negar-lhe o voto nas próximas eleições. Os danos do voto mal dado, no entanto, persistirão. Outro ponto: evite anular o voto ou votar em branco, pois com isso o eleitor apenas desperdiça o seu direito de participar, não prejudicando em nada (pelo contrário, beneficiando) os candidatos que não lhes sejam simpáticos ou credores de seu voto.

As eleições de outubro terão mais de 28 mil candidatos concorrendo aos cinco postos em disputa. A única eleição efetivamente nacional é a de presidente da República, que terá 12 candidatos que poderão ser votados em todo o país. Para governador, senador e deputados, a eleição é estadual e cada unidade federativa terá seus próprios concorrentes.

O surgimento de candidatos desconhecidos e de baixíssima representação é resultado do quadro partidário inflado. Temos, no país, o exagero de 32 partidos políticos registrados e em condições de apresentar candidaturas, mas não há entre os eleitores tanta gente com liderança suficiente para conseguir o sonhado sucesso eleitoral. Existem por traz disso diferentes razões que precisam ser discutidas no decorrer de uma reforma eleitoral que, dia mais, dia menos, terá de ser realizada. Enquanto ela não ocorre, a única alternativa do eleitor é votar nos candidatos que, na sua opinião, melhor os represente e ignorar os insignificantes e os problemáticos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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