Sempre associei o sol à liberdade. Talvez por ser asmático crônico costumo quase todos os dias ver o sol nascer, e isso ocorre quando o acesso finda. Então da janela contemplo o amanhecer, o sol despontando. Respiro profundamente e, creiam, sinto se apoderar de mim a esperança, a possibilidade de tentarmos ser um país mais igualitário. Sim, o sol inspira e encoraja a gente a crer e lutar pela liberdade e pela democracia. Como sou um homem vivido, gasto e velho, já vi e vivi muita coisa. Passei apertos, dificuldades e sofri algumas perseguições. Cheguei quase a fraquejar e desistir e a descrer da possibilidade de se construir um país mais justo. Mas quando vejo o amanhecer sempre reacende em mim a esperança. Acho que todos precisamos ter esperança é lutar pela democracia. Ela é a honra da nação. Sempre recordo um trecho de uma crônica do professor Potiguar Matos (pesqueirense). São palavras dele: "A honra de uma nação é como o sol. Podemos prendê-lo às montanhas. As nuvens podem velá-lo. Ele está lá. Caminha belo e doirado sobre os tapuias que bailam. Também ele baila e cabriola e pula e canta, carregando nas mãos a madrugada". O sol da liberdade inspira. Inté.
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