Tudo bem, sei que meu mundo caiu, não existe mais. Aceito de boa, nada do que foi será... Mas sou teimoso e continuo cultivando o passado nos hábitos, usos e costumes. Tenho, juro, o meu mundinho particular. Viajo por ele todo santo dia. Fico no meu cantinho cascateando as lembranças como quem passa as contas de um rosário. Acho muito prazeroso assuntar a maçaranduba do tempo, principalmente no inverno quando, em Pesqueira, vejo a Serra do Ororubá cachimbando. Compreendo que as pessoas prefiram o mundo atual, Real, que busquem informação e diversão na tecnologia. Sim, sei que as pessoas hoje têm o mundo em suas mãos. Diferente do tempo que usávamos o rádio e os jornais impressos, além dos livros. E o papo era presencial e não virtual. Hoje vive-se assoberbados de informações e modismos, não se tem mais tempo para pensar. Ninguém reflete, pensa, sonha, é submisso ao comportamento manada. Que fique claro que não condeno ninguém. Mas prefiro meu mundinho particular. Sou um véio caduco. Inté.
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