As mulheres passam por constantes transformações durante o período gestacional de nove meses, que podem vir acompanhadas de algumas dores e sintomas nada confortáveis proporcionadas pela sobrecarga que várias partes do corpo passam a sofrer, como lombar, quadril, joelho, coluna, entre outras. Com o objetivo de promover harmonia e equilíbrio entre todas as partes do corpo, a osteopatia é uma das recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para mulheres que buscam, sem a utilização de medicamentos, o alívio e melhora dos desconfortos presentes na gestação. Utilizando-se de técnicas específicas para cada fase da gravidez, o profissional osteopata, além de auxiliar na melhora da mobilidade, dores e circulação sanguínea da mãe, possibilita benefícios para o bebê, que se desenvolverá melhor no útero e prepara a mulher para o parto normal. Todo o processo focará na extinção e prevenção de qualquer tipo de dores e inflamações oriundas dessas alterações corporais, trabalhando de forma completa e uniforme, em todas as partes do organismo, desde a nuca, barriga, coluna, até as pernas e pés. A eficácia no tratamento é tão alta que o SUS (Serviço Único de Saúde) oferece de forma gratuita a osteopatia desde 2017, dentro de seus serviços de terapias complementares, as chamadas PICs (Práticas Integrativas Complementares). Indicada para mulheres que estão a partir do terceiro mês de gravidez, nada impede que a consulta e início da osteopatia se inicie antes, desde que autorizado pelo médico obstetra que fará o pré-natal. Nesse estágio inicial, o acompanhamento do profissional visa conhecer de forma mais aprofundada todo o histórico da paciente para depois começar a identificar e trabalhar os pontos necessários que possam apresentar maiores riscos de desconfortos da mesma. Além das alterações hormonais e físicas que o organismo de uma pessoa grávida enfrenta, existe a necessidade de cuidados específicos e particulares nessa fase, de modo que o osteopata agirá na origem do problema para propiciar o bem-estar e bom funcionamento do corpo feminino conforme as reações e transformações ocorridas nas semanas seguintes. Entre o quarto e o sexto mês de gravidez é o momento que requer mais cuidado com a mulher, aumentando a probabilidade e a incidência de dores e incômodos, como náuseas e distúrbios de sono. Nesse período é onde se definirá a frequência do tratamento, de acordo com cada caso. O osteopata ajudará no relaxamento, melhora na circulação e sistemas constituídos do corpo humano. Além do progresso benéfico para a mãe, a técnica servirá para que a criança se desenvolva e cresça melhor dentro do útero. No último trimestre, na reta final da gestação, quando o bebê está mais pesado, redobra-se o cuidado e o profissional dará especial atenção a trabalhos específicos na região da bacia e períneo. O resultado visa evitar possíveis lesões no cóccix e ajudar no conforto, relaxamento e elasticidade dos músculos e tecidos, para facilitar a saída do neném. Após o nascimento, é importante o acompanhamento pós-parto (puerpério), pois é comum o surgimento de dores devido ao esforço usado na hora de dar à luz. Em caso do parto ter sido por cesárea, a osteopatia também trabalhará as cicatrizes remanescentes, evitando problemas posteriores que possam surgir. Nota do Editor: Luis Henrique Zafalon é fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante.
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