Quando era menino, época mais feliz da minha vida, nunca pude participar ativamente dos folguedos da infância. Motivo: era asmático. Sempre que havia um evento porreta no melhor dele eu tinha um acesso de asma. Detalhe: naquele tempo não existia a bombinha, só comprimidos e injeções subcutânea que me deixavam tremendo que só vara verde e, assim, impossibilitado de compartilhar os folguedos. Mas ainda participava de alguns. Não nego que às vezes ficava triste, mas pelo menos recolhia as sobras, ou seja, tentava participar e tinha a solidariedade dos amigos. Isso me fazia feliz. Cheguei mesmo a jogar futebol, jogava só uma meia hora, mas dava dribles e, juro, fazia até gol. Adolescente continuei asmático, mas com mais experiência, driblando a asma, participando mais dos prazeres da vida. Não tinha a disposição dos amigos mas não fazia feio. Principalmente na área do romantismo. Sobrevivi e fui feliz Hoje continuo com a asma, mas ainda lutando e sem perder a esperança - o sonho do homem acordado. Vou levando a vida como Deus permite. Sinto que ainda sou o menino teimoso do passado. Inté.
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