Embora isso ainda não tenha sido oficial e definitivamente anunciado, a Covid-19 já deixou a categoria de pandemia e hoje pode ser encarada como endemia entre nós, os brasileiros. Em raciocínio simples, epidemia é quando um mesmo mal causado por vírus ou bactéria tem o aumento repentino de casos num país ou região e exige vigilância e cuidados permanentes. Endemia não faz avaliação numérica mas define a necessidade de cuidados. Pandemia é quando epidemias de uma mesma doença ocorrem simultânea ou seguidamente em diferentes países ou continentes. O reconhecimento, classificação e decretação do quadro é encargo da OMS (Organização Mundial da Saúde). Nas últimas semanas, tivemos o aumento das internações e até de mortes por Covid. Atribui-se o fenômeno às aglomerações provenientes dos festejos carnavalescos temporões realizados na virada de abril para maio, mas a idéia é que não há o comprometimento do quadro epidemiológico. Tanto que nas últimas 24 horas, o número de mortos contabilizados em todo o território nacional foi 35, o que é natural para uma população de 210 milhões de habitantes onde, mesmo antes da pandemia, o número diário de óbitos por diferentes causas já era superior aos 3 mil. Lembremos que no pico da pandemia, dia 8 de abri de 2021, a Covid matou 4.249 brasileiros. O coronavírus não foi embora e nem irá. Teremos de com ele conviver e tomar as devidas precauções. As mesmas que se toma em relação a dengue, chicumgunya, zika, febre amarela, leishmaniose, esquistossomose e outras. O preço da saúde da população é a manutenção de vigilância e serviços de combate aos males e a conscientização dos indivíduos sobre como devem se portar. O fato de termos passado do estado de pandemia para o de endemia não deve alterar as operações de combate ao mal. Continuam as campanhas de vacinação e a disponibilidade dos serviços de saúde para diagnosticar e tratar aqueles que, mesmo no quadro mais ameno, forem acometidos pela Covid. A vacina é o grande antídoto. Embora seja ministrada em caráter emergencial, pois ainda carece de pesquisas conclusivas sobre sua eficiência, já se criou a certeza de que, mesmo podendo adoecer, o vacinado terá a Covid com menor gravidade, muitos deles não necessitando nem de internação. É por isso que se insiste com toda a população para receber o imunizante e evitar a conversa nociva dos que negam a vacina e politizam a Covid-19. No interesse de preservar a própria saúde e evitar contaminar familiares e outros conviventes, que ainda não tomou a vacina ou deixou de receber a segunda, terceira e quarta doses (se seu grupo já chegou a esse nível) deve procurar o posto de saúde mais próximo e colocar em dia a sua caderneta. Os pais, principalmente, têm a obrigação de manter em dia a imunização dos filhos. O líquido e certo é que teremos de conviver com o coronavírus. E, mesmo voltando à convivência normal, evitar procedimentos que possam facilitar a contaminação. O dever de combate ao mal não está restrito às autoridades sanitárias. Cada cidadão tem de fazer a sua parte. Informar-se sobre a evolução do quadro e colocar-se da melhor forma que lhe for possível. Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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