... no trato da Covid-19
Ao mesmo tempo em que o Brasil é colocado como um dos países com maior número de habitantes vacinados contra a Covid-19, e a cidade de São Paulo informa possuir 98% da população portando anticorpos do coronavírus, a Coréia do Norte torna-se preocupação mundial porque só no ultimo dia 11 admitiu ter em seu território - de 25 milhões de habitantes - o primeiro surto da pandemia. Há dois anos, quando o mal se alastrou pelo mundo, o governante norte-coreano, Kim Jong Un, rejeitou a oferta de vacinas feita pela Organização Mundial da Saúde, China e Rússia. Preferiu fechar as fronteiras e impor restrições à movimentação da população e tratar os supostos doentes com água, chá e ibuprofeno. No dia 12, 24 horas depois de admitida a pandemia em território local, o governo revelou a primeira morte por Covid no país e agora já contabiliza 56 mortos, 270 mil casos de febre e 1,5 milhão de contaminados, dos quais 663 mil já colocados em quarentena. O exemplo brasileiro - apesar da sórdida exploração política ocorrida - de vacinar a população mostra que conseguimos baixar as restrições e começar a volta à normalidade porque o mal diminuiu. Por outro lado, a Coréia do Norte - que apenas exigiu precauções de sua população transforma-se hoje numa possível bomba que pode reinjetar a pandemia nos países vizinhos e até em áreas distantes. Apesar do governo local ter convocado o Exército para atuar contra o alastramento do mal e de o país receber o trabalho de grande equipe de médicos internacionais, o futuro é incerto porque ninguém pode imaginar o que ocorrerá com a população não imunizada. O melhor teria sido aceitar as vacinas oferecidas e protegido o povo, mas agora é tarde. Apesar de já termos abandonado a máscara, podermos nos aglomerar e viver próximo do normal, é prudente ainda guardar alguns cuidados. Até porque - aqui no Brasil o vírus continua circulando, não mais na dimensão de pandemia, mas rumando para a forma endêmica, e assim vai continuar pelos próximos anos até ser completamente isolado. É por isso que, mesmo passado o momento de pico de adoecimentos e internações, ainda se mantém a vacinação. Uma parte da população brasileira já recebeu a quarta dose do imunizante e outros grupos ainda a receberão nas próximas semanas e meses. Possivelmente virão uma quinta, sexta e outras doses, conforme a constatação da necessidade. As estatísticas têm demonstrado que a maioria dos brasileiros que ainda adoece, é internada e até morre de Covid é composta por pacientes de grandes comorbidades e principalmente pelos que, independente de idade e estado físico, não compareceram para receber todas as doses da vacina ou simplesmente não se vacinaram. É por isso que as autoridades sanitárias se mobilizam para convencer essa população a colocar em dia o seu esquema vacinal. A vacina, afirmam os cientistas, é o meio mais seguro - talvez o único - de preservar a saúde frente ao mal pandêmico. Quem não se vacinou ou o fez aquém das necessidades continua exposto ao grande risco. Além da Coréia - que será notícia por um bom tempo - ainda temos problemas de grande número de habitantes com Covid na China - o país de onde a pandemia saiu para assolar o mundo - e em partes da Europa. Daí a necessidade de manter a mobilização sem pensar que o mal acabou porque, deve o povo cuidar-se, porque tudo poderá se repetir e teremos mais vítimas a lamentar além dos 660 mil que já morreram no país e dos milhares que sobreviveram mas hoje enfrentam sequelas. Não podemos correr esse risco... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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