Uma suave melancolia sempre se apodera do meu ser. Ela é precedida pela brisa de fim de verão que anuncia, com certeza, o começo do inverno. Nessa época de transição fico mais sensível à nostalgia. As saudades me invadem, felizmente sem a companhia das tristezas, embora estas fiquem lutando para dar as caras. Fico, confesso, tão sensível que assistindo a filmes água com açúcar marejei os olhos e, não raro, choro. Ridículo? Pode parecer mas não me envergonho de ser assim. Pelo contrário, acho que é uma prova que estou vivo e bulindo. Penso que as pessoas nunca devem lutar contra seus sentimentos, tentando contar lembranças, saudades, nem tentar gerar a comoção. E nem os sonhos, sonho inté acordado. Não sou um cara tipo solitário, mas preservo e mantenho meus momentos de privacidade para pensar, recordar e sonhar. Besteira? Bendita besteira. Num mundo de tanta amargura, dificuldades e violência, nada como a gente curtir uma doce melancolia e sonhar. Inté.
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