Costumo me pegar rindo de mim mesmo, viciado que sou em viajar no tapete da imaginação. Mas se gosto, se é um dos prazeres da minha acanhada vida? Vida que adoro, apesar dos pesares. Rio principalmente porque essas divagações sempre me remetem ao país da infância e adolescência, época, reconheço, que eu era feliz e não sabia. Nelson Rodrigues disse: "O menino está enterrado no adulto como sapo de macumba". Bingo. Também Antônio Maria (não o padre, mas o saudoso cronista) disse que o homem é um menino grande. Vejam bem, ninguém pode parar o relógio do tempo. Ele foi o sem parar. Então por que querermos ser sempre sérios e metidos a pilar da sociedade, energia e azedos que nem vinagre? Por que perder o humor? Por que não sonharmos? A vida tem tudo a ver com o sonho. Vale a pena viajar. Ilusão? Pode ser, mas é prazerosa. Adoro uma música de Sílvio César em que ele diz ser um moço velho que já viveu tudo, mas que ainda crê no amor. Adoro viajar na imaginação. E amar. Inté.
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