Hoje em dia, fico pensando: como é que a gente dava conta? Morávamos a mais de uma hora a pé do Colégio e todos os dias era a mesma luta para não perder aula. Ainda com as estrelas no céu, meus irmãos e eu saímos tiritando ao frio do inverno para estarmos às 7 em ponto à porta do Nossa Senhora de Guadalupe. Meu pai não dava moleza, a gente sabia que não adiantava reclamar. E três vezes na semana ainda voltávamos à tarde para a Educação Física: como se quem andasse tanto ainda precisasse de atividade física, oh, Deus! Detalhe importante: nunca perdemos a hora. Era difícil? Fácil não era. Mas se não reclamei naquele tempo, não será agora que o farei. Li o livro de Pollyana e aprendi a jogar o jogo do contente, que ensinava sempre o lado positivo de tudo. E o que aprendi com as andanças de antigamente? Distância não mata ninguém; andar a pé faz bem à saúde; quem se levanta cedo não tem tempo para o atraso. Valeu, meu pai!
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