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Opinião
13/03/2022 - 06h02
A máscara, usar ou não usar?
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Finalmente chegou o dia em que foi dispensado o uso obrigatório de máscara em locais públicos. E esperamos que o mesmo ocorra nas áreas internas, possivelmente em 15 dias. É o forte indicativo de que a pandemia da Covid-19 está no fim e logo poderemos voltar à normalidade da vida, mesmo depois de todos os problemas vividos ao longo dos últimos dois anos, quando mais de 650 mil brasileiros perderam a vida para esse maldito vírus. Toda decisão de grande impacto, como esta da liberação das máscaras, provoca questionamentos. Da mesma forma que uma parcela da população reagiu na obrigatoriedade do adereço protetor, temos hoje as pessoas que se sentem inseguras para retirá-lo. É preciso entender isso apenas como a outra mão de uma mesma via e compreender as razões de cada um. Evidente que idosos, portadores de comorbidades e portadores de doenças crônicas, devem ser mais cautelosos.

Não obstante os exageros cometidos em algumas localidades - onde não usuários de máscaras chegaram a ser presos - calcula-se que a sua utilização tenha contribuído para o atual quadro de liquidação da pandemia. E devemos compreender as razões daqueles que temem o coronavírus e preferirão continuar com o rosto coberto. Mais do que os que não queriam usar a máscara e com isso poderiam potencializar a contaminação, os que quiserem continuar mascarados estarão cuidando apenas de si por supor que o agente da Covid, ainda presente, poderá vir a atacá-los. É uma precaução que deve ser respeitada pelos demais.

Já temos mais de 80% da população vacinada com até quatro doses do imunizante e logo esse imenso contingente será chamado para receber a quarta dose (ou segunda de reforço) conforme estabelecem os protocolos A vacinação foi, sem dúvida, a grande alavanca para atingirmos o atual estágio. Recentes levantamentos revelam que os imunizados de acordo com os esquemas estabelecidos ficam menos sujeitos à contaminação e ao adoecimento e, mesmo quando adoecem, não será da forma grave, dispensando internação, uso de respiração assistida e outras intervenções mais invasivas. Ficam restritos aos sintomas parecidos com os de uma gripe. Mas, os não vacinados e os que fugiram da segunda e terceira doses, são os que ainda desenvolvem o mal na forma grave e até vão a óbito. É por isso que devemos todos continuar observando o programa de vacinação e comparecendo aos postos de aplicação para recebermos as doses conforme o indicado. A Saúde Pública continua à procura dos que fugiram e insiste que coloquem em dia seu quadro vacinal, pois isso os protegerá.

Para alegria geral, em pouco tempo nossos estudantes poderão voltar às aulas como antes da pandemia, os estádios, autódromos e outros pontos onde se realizam eventos públicos voltarão a permitir lotação de 100%. E a Covid-19 será igual a uma tempestade que se abateu sobre o planeta, provocou estragos, mas poderá ser contabilizada como passado, da mesma forma que a Gripe Espanhola (1918), Gripe Asiática (1957) e outras infecções virais que de tempo em tempo correm o mundo.

Apesar do sofrimento e dos efeitos colaterais tanto na saúde quanto na sociedade e na economia que ainda teremos de enfrentar, a expectativa é todos voltarmos à boa e produtiva vida sem sobressaltos. Como alguém que se cuidou durante todo o período e por isso não ficou doente, espero que todos tenham calma e paciência para chegar ao ponto onde almejamos. Cuide-se para não se contaminar na reta final do grande drama sanitário e prepare-se para voltar a viver plenamente...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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