Segmento mediterrâneo reduz riscos para doenças cardiovasculares e ajuda na prevenção de doenças crônicas; ranking contou com a participação de 27 especialistas, que analisaram 40 dietas gerais
A alimentação saudável é um dos principais alvos das resoluções de início de ano. Nesse período, é comum rever as escolhas alimentares e ir à procura da dieta ideal. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostrou que 80% dos brasileiros querem manter uma alimentação equilibrada, contendo produtos mais frescos e ricos. Encontrar uma dieta balanceada e que, ao mesmo tempo, seja agradável e acessível, contudo, pode não ser tão fácil. Para ajudar nesse sentido, a revista especializada US News & World Report publica anualmente um ranking com as melhores dietas segundo especialistas. O último balanço, publicado neste mês, apontou a dieta mediterrânea como a campeã pelo 5º ano consecutivo. Segundo a nutricionista do Instituto de Medicina Sallet (www.sallet.com.br), Eliane Collis, a dieta mediterrânea é considerada um patrimônio histórico e está baseada num modelo de refeição dos países banhados pelo mar Mediterrâneo, que priorizam peixes, gorduras boas, legumes e verduras, frutas frescas e cereais integrais. Por outro lado, o estilo evita produtos industrializados, carne vermelha, gorduras saturadas e hidrogenadas e carboidratos refinados. “É uma ótima opção para quem busca qualidade de vida, longevidade e prevenção de doenças. Porém, aqueles que têm uma rotina mais intensa, podem ter dificuldades para preparar uma refeição caseira e saudável. O fator socioeconômico também influencia na adesão dessa dieta, pois tem um custo mais elevado e é menos acessível em comparação a outras”, explica a especialista. Benefícios Embora seja considerada restritiva, diversos estudos apontam os benefícios da dieta mediterrânea, sobretudo, para a redução do risco de doenças cardiovasculares e prevenção de doenças crônicas, como câncer, alzheimer, parkinson, osteoporose e diabetes mellitus. A propósito, a dieta apareceu em primeiro lugar no ranking na categoria de melhores dietas para a melhora do diabetes, seguido da flexitariana e vegana. “A mediterrânea não tem como objetivo o emagrecimento rápido, porém, como um de seus benefícios, também pode reduzir o Índice de Massa Corpórea (IMC) de pacientes com sobrepeso e obesidade, devido à inclusão de alimentos e hábitos saudáveis”, explica a nutricionista que também é especialista em obesidade. Cardápio Conforme Eliane, para iniciar a dieta mediterrânea, é preciso incluir nas três refeições principais itens como, cereais integrais (arroz, cuscuz, pães integrais), carboidratos de baixo índice glicêmico (batata-doce, mandioca, inhame), verduras e legumes, frutas (variar tipo, cor e sazonalidade), gorduras boas (azeite de oliva, abacate, castanhas), temperos naturais (alho, cebola, ervas), e vinho (consumo moderado ou dar preferência ao suco de uva integral). “No café, pode ser consumido mamão com semente de girassol ou iogurte desnatado com aveia. No almoço ou jantar; arroz integral, ou batata, ou mandioca cozida com feijão, ou grão-de-bico com peixe assado mais especiarias e azeite com legumes, verduras cruas e cozidas. Já para o lanche da tarde, uma possibilidade é um suco de uva integral com abacate e amêndoas”, ilustra. Muito além do prato A cozinha mediterrânea também é famosa por contemplar um estilo de vida saudável e menos estressante, priorizando as relações interpessoais e a experiência à mesa. Para Eliane, além desses ensinos, outros bons hábitos são comer com atenção, mastigando bem os alimentos para boa digestão e absorção dos nutrientes, cozinhar a própria comida, sozinho ou acompanhado de familiares e amigos, praticar exercícios físicos, entre outras atividades que proporcionem bem-estar e lazer. “Independentemente da dieta a ser seguida, é importante ter consciência dos benefícios que a mudança vai proporcionar, escolher um plano diversificado e fácil de seguir conforme o seu perfil, manter uma alimentação saudável e prazerosa a longo prazo”, completa.
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