Na realidade, pode parecer um enorme contrassenso, falar-se na presença de quem está ausente, pois se alguém não está ao nosso lado, nunca poderá estar presente, mas sim, ausente. Parece mesmo muito ilógico dizer-se uma coisa dessas, embora sempre se pode sentir que realmente acontece, principalmente com certos fatos que tem acontecido, e que nos obrigam a ficar distantes daqueles que desejamos a nosso lado, e isso pode-se dizer que são "coisas da vida" (e do covid também...) Tudo é questão de interpretação, depende de como vamos encarar a vida. É fácil sentir "a presença do ausente". Basta que o tenhamos no pensamento, no coração. Alguém de quem gostamos, e que não temos ao nosso lado, por exemplo, é uma presença que, embora ausente chega a ser sentida, tão forte é o sentimento que nos une a esse determinado alguém. Essa relação de amor pode ser entre namorados, amantes, amigos, pais e filhos, irmãos. Enfim, basta que haja muita afinidade entre os ditos ausentes, e o mútuo desejo de estar ao lado... A propósito, um jovem chamado Leonardo da Vinci, disse: "Para se estar junto, não é preciso estar perto. E sim, estar dentro. Dentro do coração!" Sábias palavras essas, pois quantas vezes podemos combater a saudade que normalmente sentimos dos entes queridos que estão longe, sentindo-os dentro do coração. Claro que sempre que fica aquele gostinho de "quero mais", desejando que a pessoa esteja ao lado, que possamos tocá-la, olhar nos olhos, ver ao vivo e a cores como está passando. Mas se essa proximidade física não é possível, a proximidade anímica o é. Convenhamos que a proximidade distante chega a ter suas vantagens, pois elimina o perigo de certas divergências que surgem quando estamos juntos fisicamente. Tudo depende de como se encara a vida. Contudo, se essa presença física fica difícil por diversas razões, a saudade pode ser amenizada pela "presença interior" dessa pessoa, e a mesma coisa pode ser dita dos "conhecimentos virtuais", pois a coisa começa como quem não quer nada, com uma troca de e-mails, ou de mensagens (pode ser até via "zapzap"...). E assim, conversando amenidades, e de repente vão descobrindo que existem muitas afinidades, maneiras idênticas de ver a vida. Isso não quer dizer que haja um romance entre esses amigos. Quer dizer, sim, que existe uma grande amizade entre ambos. Essa amizade que surge, é um dos casos mais evidentes da "presença do ausente". Não é necessário o conhecimento físico, para que ela se desenvolva, e para que exista essa afinidade, basta que as idéias se cruzem. Basta que tenhamos presente que nem tudo é como queremos, e que tudo pode ser encarado como um presente da vida. Mesmo que surja o amor. Como a amizade foi assim vivenciada, o amor também poderá sê-lo. Tudo é questão de se usar a imaginação. E é muito romântico esse amor à distância... Pelo menos evitam-se as brigas que acontecem entre os namorados. O ideal seria ter a nosso lado todas as pessoas de quem gostamos. Mas isso é praticamente impossível. Antigamente era bem mais fácil fazer-se essas enormes reuniões de família, de amigos. Falava-se muito nas famosas reuniões de "antigos alunos". E conseguiam juntar pessoas que não se viam há décadas. Hoje isso não existe mais. São cada vez mais raras as clãs familiares. Reuniões de amigos então, são mais complicadas, pois geralmente acabam em confusão. A vida mudou bastante os hábitos. e ainda mais existem distancias separando essas amizades. Agora então com as facilidades encontradas nas comunicações, fica muito mais fácil fazer-se um Cco para se falar com os amigos, do que reuni-los para um papo informal. Como nós por exemplo... acabamos nos tornando bons amigos, e somos presenças ausentes, e então, juntos ainda que distantes, vamos espiritualmente nos dar as mãos, mentalizarmos um caloroso abraço e um beijo, que pode ser na pontinha do nariz, no coração, ou na testa, desejando-nos com toda a sinceridade da alma, UM LINDO DIA, desejo esse que pode ser renovado a cada dia de nossa vida...
|