As vendas do comércio eletrônico cresceram de R$ 100 bilhões em 2019 para R$ 260 bi em 2021, enquanto os 600 shopping-centers do país baixaram de R$ 190 bi em 2019 para R$ 175 bi em 2021. Resultado da pandemia, que restringiu o funcionamento dos negócios, a circulação de pessoas e as atividades, segundo estudo de empresa especializada em gestão. Materializa os efeitos da crise sanitária e identifica quadros que dificilmente retornarão aos patamares anteriores. Para enfrentar as restrições ao comércio presencial, as empresas - grandes, médias e pequenas - instalaram ou reforçaram seus sites de venda online. Quem não conseguiu manter o negócio tradicional, tenta fazê-lo crescer no sistema eletrônico, que não requer mostruário, aluguel em regiões inflacionadas, luminosos, empregados uniformizados e outros custos adicionais. As prestadoras de serviços de e-commerce, por sua vez, ampliaram suas frotas de entrega, agregaram parceiros e conseguiram abreviar o tempo entre o fechamento da transação e a chegada da mercadoria ao endereço do cliente. Alguns segmentos - especialmente as farmácias e supermercados - criaram o mecanismo onde o cliente compra pelo computador ou smartphone e horas (ou até minutos) depois retira a mercadoria na loja física mais próxima. Comerciantes buscam a hibridez das lojas de rua e shoppings, que também passa a ser vitrine à disposição de quem vai comparar eletronicamente. Jornal, rádio e TV continuam importantes ao setor, para a apresentação em massa dos produtos. Mas o cliente não precisará mais percorrer as lojas, como fazia no passado, em pesquisa de preços, pois a realizará eletronicamente e, pelo próprio meio, fará a compra sem sair de casa. A disponibilidade de comunicação - principalmente sua capilaridade proporcionada pelo smartphone - torna as “lojas” eletrônicas disponíveis a segmentos jamais alcançados pelo meio presencial e a tendência é ampliar as vendas. E isso se reforçará quando entrar em operação a internet 5G, cem vezes mais veloz que a 4G, de que hoje dispomos. Os empresários, especialmente os dos shoppings esperam voltar neste ano ao patamar de negócios de 2019, o último ano sem pandemia. Tudo dependerá do coronavírus, pois ninguém sabe como evoluirá em território brasileiro a variante ômicron associada à gripe. De qualquer forma, a infestação será temporária e, dia mais ou dia menos, terminará. Fora o comércio, observa-se a ampliação do home-office que, também não voltará aos níveis anteriores à pandemia, e uma série de serviços que passaram a ser processados remotamente. Teremos, todos de aprender a nos relacionar com essa nova estrutura sócio-econômica, inclusive para nela incluirmos os nossos projetos e realizações. O mundo pós-pandemia é novo e exige conhecimento e treinamento. Governos, sociedade, corporações e cada indivíduo têm de buscar conhecimento e inserção para enfrentar os desafios do novo quadro econômico, social e tecnológico. Mas não paramos aí. O veículo elétrico - fora as questões ambientais sempre citadas em sua defesa - veio para ficar e gradativamente eliminar os equipados com motores à explosão, que consomem combustíveis fósseis. No atual patamar, quando o seu preço ainda é elevado, já se mostra competitivo. Agora, a ciência anuncia uma bateria que aumentará em pelo menos três vezes a autonomia do veículo com uma mesma carga elétrica. Esse avanço o tornará mais útil e os efeitos da produção em larga escala - que no passado já ocorreu com o próprio automóvel, a TV em cores, o videocassete e outros bens industriais - deverá diminuir os preços e torná-lo competitivo e disponível a toda a população. O petróleo, que já motivou guerras e há mais de 100 anos escraviza o mundo (inclusive nós brasileiros), finalmente, parece estar com os dias contados. Já vivemos pouco mais de uma quinzena de 2022. Mas ainda é tempo de olhar para a frente, examinar as profundas mudanças que esse tempo promete, buscar preparo e torcer para que todos tenhamos o almejado Feliz Ano Novo... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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