Charles Linch foi governador da Virgínia, USA, e defensor de um código de conduta que permitia a justiça com as próprias mãos. Literalmente um metido a besta, Charles Linch foi responsável por inúmeras mortes. O verbo linchar vem daí, o metido a besta é recorrente entre os seres ditos humanos, independente de nacionalidade. Me sinto em melhor companhia com os que repudiaram os acontecimentos na praia da Maranduba que culminaram com a destruição do parque instalado naquela praia. Normalmente a turba é ignara, mas não é o tempo todo. O QI da multidão vai a zero somente com o incitamento de um fato imediato ou de alguém. Por exemplo, um estouro uma lâmpada dentro de um salão, pode provocar mortes por pisoteamento ou, um "Vamos lá!" determinando um linchamento. Não estava lá quando aconteceram os fatos. A julgar pelas notícias, havia no local uma quantidade significativa de autoridades com poder de voz e persuasão o suficiente para evitar o desprezível final. Quando representantes dos poderes constituídos, ou dos poderes institucionais, se misturam a movimentos desse tipo pondo em cheque a ordem e a sociabilidade é o império da besta. Vou estender o meu repúdio às autoridades que estavam presentes no local. Depois de uma semana, não vimos nenhuma manifestação dos envolvidos, nenhuma declaração dos vereadores tranqüilizando os cidadãos honestos e trabalhadores. Pelo contrário, o silêncio dessas autoridades está a instigar novos grupos e novos atos de vandalismo. É uma pena! Neste caso o dinheiro público esta sendo usando para destruir a sociedade que a duras penas os cidadãos honestos vão construindo com o suor de cada dia. O Guaruçá: Em matéria intitulada Moradores depredam parque em Ubatuba, o jornal ValeParaibano reporta que o padre José Ailton, da paróquia da Maranduba, e os vereadores Jairo dos Santos (PT), Osmar de Souza (PFL), Luciana Machado (PDT) e Cláudio Gulli (PMDB) estavam presentes quando o vandalismo aconteceu.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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